Marilene Volpatti
A mulher ficou mais exigente. Quer um parceiro menos retraído mas, ao mesmo tempo, forte e sensível. O homem tenta mudar, mas não consegue encontrar seu caminho.
Há mais ou menos 70 anos, o pai da psicanálise Segmund Freud fez um famoso questionamento: “”Afinal, o que desejam as mulheres?” Ele não poderia imaginar que o domínio do sexo forte estava com as décadas contadas.
Mesmo antes da virada do século, o tom superior e um tanto displicente da pergunta foram devolvidos aos orgulhosos senhores sob a forma da mais justificada insatisfação feminina. Agora são as mulheres que perguntam: “O que querem os homens?”.
Vários são os motivos das queixas: os homens se retraem, parecendo que sentem-se ameaçados desde que suas parceiras se lancem com decisão e sucesso principalmente à conquista do respeito e reconhecimento a suas qualidades profissionais. Essa timidez se reflete, principalmente, no delicado terreno sexual onde voluptuosos “casanovas” se vêem, de uma hora para outra, questionados por mulheres que exigem prazer, cumplicidade, companheirismo e solidariedade. Com se isso não bastasse, se sentem nocauteados com o lance desconcertante do desejo feminino: “que sejam ao mesmo tempo fortes e sensíveis”.
Mudança
A mulher mudou. O homem também deseja mudar, só que não sabe para que lado se dirigir.
Enquanto isso, psiquiatras, filósofos e teóricos duma maneira em geral, tentam alguns passos no emaranhado de possibilidades com que trabalham. Analisam: “sempre se considerou que os homens sabem o que querem. Só que isso não é verdade. São as mulheres que sabem, embora nunca acham que sabem”.
No início do século passado o escritor alemão Thomas Mann dizia: “o homem é artista porque não pode gerar filhos”.
Essa frase vem inverter o tradicional conceito que pretendia explicar a psicologia feminina pela inveja do “falo” ou do “poder masculino”. Segundo novo conceito, é o homem que inveja a capacidade exclusiva da mulher, de gerar novas vidas. Sabedor de sua possibilidade frente à verdadeira criação “biológica”, ele se lançou aos empreendimentos artísticos, financeiros e científicos.
Polêmica
A filósofa norte-americana, Camile Paglia, diz: “Não existem Mozarts femininos porque também não existe nenhum Jack – O Estripador, de saias. A mulher é superior, todo ser humano sai do ventre de uma mulher.
Percebendo isso, o homem passa a vida toda tentando superar essa limitação. Carrega em seu corpo uma ansiedade biológica latente que o faz desafiar o mundo para vencer a opressão que sente em relação a esse poder da mulher. Isso o faz enérgico, criativo, obsessivo. É por isso que as grandes obras artísticas, literárias e científicas foram criadas por homens”.
Se por um lado a crise do homem delicia uma grande parte das feministas, por outro nem sempre satisfaz as mulheres em geral. A agressividade da mulher fez muitos homens acharem que não deveriam mais ser gentis ou fazer coisas como abrir portas de carro, mandar flores ou convidar para jantar. Mas, também, têm aqueles que, mesmo tendo a seu lado uma mulher “Amélia”, nunca foram gentis com ela.
O homem de 45-55 anos é o mais confuso. Ele ainda tem como padrão a imagem da mãe tradicional, mas convive com a mulher emancipada, que negou ou se esqueceu de seu lado feminino, mágico e sedutor, para poder vencer no mundo profissional. O homem pode ser sensível e até frágil, mas é importante que se mantenha homem. E que a mulher se mantenha mulher. Isso é basilar para que possam se encontrar nas qualidades inseridas no contexto de cada um.
Pensar
Falar em novo homem, implica observar que a expressão só se torna verdadeira se homens e mulheres aceitarem, de fato, suas diferenças. Sorte que a biologia molecular e outros ramos da ciência as tem evidenciado em todos os níveis, da anatomia externa ao funcionamento do cérebro.
Para os cientistas da universidade americana de Yale, a mulher usa muito mais o hemisfério direito do cérebro e o homem, o esquerdo. O lado direito processa emoções, enquanto o esquerdo elabora o raciocínio lógico. É por esse motivo que o discurso, o modo de pensar e de agir de homens e mulheres são tão diferentes.
Confusão
É inegável que o feminismo quebrou a hierarquia entre o sexos. As qualidades que o homem moderno procura numa mulher são totalmente diferentes daquelas buscadas há décadas.
Pesquisas feitas em diversos países mostram que a confusão masculina, ao esperar algo da mulher, é real. O homem busca, fundamentalmente, o companheirismo na parceira. Mas também espera a dedicação na relação a dois e a iniciativa dela.
Inteligência e cultura, também são primordiais. A beleza passou para segundo plano. Só é valorizada em relacionamentos superficiais e rápidas. De qualquer maneira a “loira-burra” entrou em declínio.
Quando indagados, os homens dizem preferir as mulheres companheiras, solidárias e que tenham personalidade marcante. Não exigem beleza, mas sim elegância. E querem que suas mulheres tenham uma profissão, só não podem ter salários mais altos que os deles. Sendo assim podem manter certos costumes, como o de convidar para jantar e… pagar. Se a mulher ganhar mais fica ridículo, nesta ótica unilateral.
Romantismo
Se as mulheres lembrarem de seus maiores trunfos – como sua magia inseparável-, os homens poderão se equilibrar com relação a si mesmos e a elas. Atualmente esse equilíbrio já toma forma. Sente-se no ar que o romantismo está voltando à moda e nem por isso coloca a mulher em plano inferior.
Querer igualdade, é ser artificial. A igualdade existe por si só. Não há necessidade de sair a campo para encontrá-la.
Serviço
Consultoria: Drª Tereza P. Mendes – Psicoterapeuta Corporal – Fone:- 236-9225.