Híbrido Etanol: Painel 1 debate rotas tecnológicas para a mobilidade sustentável

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Vídeo do evento realizado nesta quarta-feira (6) pode ser conferido na íntegra através do site motordofuturo.com.br
Na tarde desta quarta-feira (6), foi realizado o evento “Híbrido Etanol: Desafios e oportunidades das rotas tecnológicas para a mobilidade sustentável”, seminário que deu sequência aos debates em torno de uma nova fonte de energia limpa para automóveis, tema que foi aprofundado pela primeira vez em outubro do ano passado no CEAR, em Araraquara. O evento foi transmitido ao vivo pelo Grupo EP, por meio do site motordofuturo.com.br, onde o vídeo encontra-se disponível para visualização.

O encontro, que também teve formato híbrido, com participação presencial e online dos palestrantes, contou com o apoio da Prefeitura de Araraquara. Participaram pesquisadores, membros de universidades, representantes das entidades dos trabalhadores, direção da Volkswagen e da Toyota, além de representantes da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA) e outras instituições.

O Painel 1 contou com o tema “Rotas tecnológicas para a mobilidade sustentável” e teve a mediação de Eduardo Leão (diretor executivo da União da Indústria de Cana-de-Açúcar-UNICA). Os participantes foram Wanderlei Marinho da Silva (professor universitário e membro do Conselho da SAE Brasil), Pablo Di Si (presidente e CEO da Volkswagen Região SAM-América do Sul, América Central e Caribe) e Thiago Sugahara (vice-presidente da Associação Brasileira do Veículo Elétrico-ABVE e gerente de Assuntos Governamentais da Toyota do Brasil).

Wanderlei Marinho da Silva falou sobre os desafios e oportunidades da mobilidade elétrica no Brasil. Ele iniciou sua participação falando sobre as motivações para a eletrificação da área automotiva. “A população global tem hoje aproximadamente 7,2 bilhões de pessoas e vai crescer para 8,3 bilhões em 2030, necessitando de soluções de mobilidade e meios de transporte especializados e eficientes. Existe a busca pela independência energética dos combustíveis fósseis, em particular do petróleo, e nós estamos trabalhando para uma mobilidade livre de emissões, que nós chamamos de descarbonização e mundialmente é chamada de NetZero 2050. Consequentemente, com a mobilidade elétrica, teremos também a poluição sonora diminuída, além de eficiência e segurança nos meios de transporte”, apontou o professor, que abordou ainda o ecossistema da mobilidade, a transição no setor automotivo, detalhes e comparações sobre a produção de baterias automotivas no mundo e as questões para os profissionais do futuro.

O mediador Eduardo Leão pontuou a importância de um mundo com a coexistência de diversas tecnologias e da relevância do papel da inovação que será desempenhada pelas empresas e pelos empreendedores de uma maneira geral nesse processo. “Um grande desafio que vamos ter nesse século também será a necessidade da descarbonização da economia de uma maneira geral. Os transportes, nesse sentido, representam quase 25% de todas as emissões de gases do efeito estufa, que causam o aquecimento global”, salientou o diretor executivo da UNICA, que questionou os representantes da indústria sobre como elas pretendem se posicionar diante desses desafios nas próximas décadas.

Thiago Sugahara ressaltou que a indústria automotiva tem um desafio enorme pela frente, que é transformar a mobilidade na forma como é conhecida hoje. “A Toyota Motor Corporation tem um desafio global. Até 2050 precisamos zerar nossas emissões de carbono e obviamente não podemos esperar até 2049 para iniciar essa transição. De fato essa transição já teve início. Inclusive neste ano a Toyota tem um marco muito importante, pois celebra os 25 anos do início da produção do primeiro veículo híbrido em escala comercial. Em 1997 a Toyota lançava o Toyota Prius, que foi a base para o início do desenvolvimento dos veículos eletrificados, em especial dos veículos híbridos. De lá para cá, a Toyota conseguiu desenvolver mais de 60 modelos comercializados de veículos eletrificados”, revelou o gerente de Assuntos Governamentais da Toyota do Brasil. Segundo ele, a fabricante ultrapassou a marca de 20 milhões de veículos eletrificados e com eles foram deixados de emitir mais de 160 milhões de toneladas de carbono e ao mesmo tempo foram deixados de consumir 65 bilhões de litros de combustível fóssil. “A Toyota acredita que a eletrificação é uma ferramenta para a descarbonização. O inimigo é o carbono e precisamos buscar as melhores tecnologias e o melhor conjunto para poder atingir esse objetivo”, acrescentou.

Pablo Di Si falou sobre a importância do entendimento da redução de CO2. “Quando falamos de descarbonizar, estamos nos referindo a descarbonizar o mundo e não descarbonizar somente os escapamentos dos veículos. Isso significa que as políticas no Brasil e no mundo olham a redução de CO2 só olhando o escapamento, quando na realidade é preciso olhar desde o início até o fim, de como é produzido esse combustível, seja petróleo, seja etanol, ou qualquer outro. No caso dos carros elétricos, também é preciso considerar quanto CO2 é produzido para gerar cobalto, para gerar lítio, entre outros. Quando falamos de tecnologia, seja de veículo elétrico, híbrido ou flex, precisamos ter uma política pública que olhe o todo, não um pedacinho. Quando você olha uma parte, você começa a ter conclusões equivocadas. Um carro a etanol hoje consome menos que um carro elétrico na Europa, porém isso não quer dizer que a Europa está equivocada. Na Europa não tem etanol. Mas a Europa e os Estados Unidos dão créditos de 8 mil, 10 mil euros ou dólares para o consumidor mexer nessa indústria e acelerar a eletrificação. Isso beneficia indústrias de bateria, indústria de reciclagens, indústrias de carros elétricos, indústrias de semicondutores, então eles estão gerando uma nova indústria, se transformando radicalmente e essa não é a nossa realidade”, explanou o representante da Volkswagen, que acrescentou que também é preciso pensar na parte social, visto que o agronegócio e o setor automotivo geram juntos 20 milhões de empregos diretos e indiretos.

Painel 2

O Painel 2 abordou o tema “Marco legal para o motor do futuro”, com a mediação do Dr. Rodrigo Fernando Costa Marques (coordenador do CEMPEQC) e a participação de Margarete Gandini (coordenadora geral de Implementação e Fiscalização de Regimes Automotivos do Ministério da Economia), Evandro Gussi (CEO da União da Indústria de Cana-de-Açúcar-UNICA) e Erick Silva (presidente da Federação dos Sindicatos de Metalúrgicos da CUT-SP – FEM-CUT/SP).

Híbrido etanol

O Brasil, que há décadas já utiliza o etanol como combustível limpo, é classificado como a principal fonte sustentável com base em biocombustíveis do mundo e seu etanol de cana-de-açúcar é considerado o combustível alternativo mais bem sucedido até o momento. Entretanto, a indústria automobilística global passa atualmente por uma de suas maiores reinvenções e caminha para um futuro sustentável. A novidade, que norteia o evento, é o desenvolvimento de veículos híbridos elétricos com propulsor a combustão movido exclusivamente a etanol.

A ideia envolve um sistema híbrido, composto por um motor a etanol associado a um elétrico, e as perspectivas da célula de hidrogênio. Assim, esses veículos não teriam a necessidade de serem carregados na tomada e teriam a vantagem de ter uma pegada de carbono menor do que a dos veículos somente elétricos, desde a fabricação até o descarte, o que seria de extrema relevância no atual momento em que a preocupação com o meio ambiente é uma das prioridades exigidas pelo mercado.

Sobre o evento

O evento “Híbrido Etanol: o Motor do Futuro” foi organizado pela Federação dos Metalúrgicos do Estado de São Paulo (FEM-CUT/SP), União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA) e pelo Centro Multidisciplinar de Pesquisa em Combustíveis, Biocombustíveis, Petróleo e Derivados (CEMPEQC). O encontro virtual também contou com apoio do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, da Prefeitura de Araraquara, das montadoras Volkswagen e Toyota e do CEAR, e teve como apoiadores de mídia a EPTV, os portais de notícias G1, A Cidade On e a rádio CBN São Carlos. A produção é da O.A. Eventos, empresa do Grupo EP.

O evento também contou com a participação de Industriall Brasil, Instituto Trabalho, Indústria e Desenvolvimento (Tid Brasil),  Confederação Nacional dos Metalúrgicos da Central Única dos Trabalhadores (CNM/CUT), Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos (CNTM), Federação dos Trabalhadores do Ramo Químicos da CUT do Estado de São Paulo (FETIQUIM/CUT), Sindicato da Micro e Pequena Indústria (SIMPI), Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (SINDIPEÇAS), Sindicato Interestadual da Indústria de Materiais e Equipamentos Ferroviários e Rodoviários (SIMEFRE), Sindicato da Indústria de Condutores Elétricos, Trefilação e Laminação de Metais Não-Ferrosos do Estado de São Paulo (SINDICEL) e Federação dos Empregados Rurais Assalariados do Estado de São Paulo (FERAESP).

O evento “Híbrido Etanol: O Motor do Futuro” terá novas edições no dia 10 de maio em Sorocaba (esse presencial e também com a inclusão de novas entidades) e em 22 de junho no Vale do Paraíba.

SECRETARIA MUNICIPAL DE COMUNICAÇÃO
PREFEITURA DE ARARAQUARA

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