Golpes financeiros aumentam e as vítimas são, na maioria, aposentados

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Foto: Freepik

Veja quais são os golpes mais praticados no mercado atualmente e as dicas para evitar fraudes

Numa tarde de terça-feira, dona Lúcia, de 68 anos, recebe uma ligação. Do outro lado da linha, um homem se identifica como funcionário de um banco e alega que foi realizado um empréstimo por engano em sua conta corrente, sendo necessário que ela entrasse em contato pelo número indicado para regularizar a situação. Preocupada em comprometer sua renda de apenas um salário mínimo, a aposentada ligou imediatamente para o número informado e, na tentativa de desfazer o que ela achava ser um mal entendido, repassou seus dados. Um mês depois, ela percebe um valor descontado em seu extrato e descobre que a ligação havia sido um golpe. O referido empréstimo foi, na verdade, efetuado após ela ter feito todas as validações necessárias por telefone.

Dona Lúcia é um nome fictício, mas a história é real. Casos assim têm sido frequentes e os aposentados estão entre as principais vítimas. Essa e outras modalidades de golpes financeiros têm crescido significativamente nos últimos tempos, tornando-se o principal alvo de estelionatários. De acordo com dados da FEBRABAN (Federação Brasileira de Bancos), em 2021 houve um aumento de 165% em golpes desse gênero. Levantamento recente da empresa de cibersegurança Psafe mostrou que, apenas em fevereiro deste ano, os golpes financeiros tiveram um crescimento de 100%, comparado com o mês anterior.

Ciente de que com o avanço tecnológico os fraudadores estão refinando o “modus operandi” da aplicação de golpes e fraudes, o Banco Mercantil do Brasil tem dado prioridade máxima à cibersegurança. Por ano, a área demanda mais de R$ 200 milhões em investimentos. A instituição financeira vem promovendo diversas medidas para conscientizar seus consumidores e lhes alertar com o objetivo de combater e prevenir a ocorrência dos diferentes tipos de crimes.

“Adotamos medidas ostensivas de combate aos crimes de engenharia social e de fraude eletrônica, consubstanciadas em publicidades educativas e informativas, por meio de nosso site e também através de nossos canais de comunicação (aplicativos, mídias sociais e envio de SMS)”, ressalta Dayse Ribeiro, coordenadora da Ouvidoria do Mercantil.

Gerente de Segurança Cibernética do banco e professor da PUC Minas, Ricardo Leocádio também reforça que os clientes devem estar em alerta. Esclarece, por exemplo, que o Mercantil jamais liga pedindo dados, número de cartões, senhas ou códigos, muito menos envia mensagens, pedindo essas informações, usadas para as fraudes.

Para quem já caiu no golpe, o especialista recomenda que a vítima entre em contato com a instituição financeira e peça o bloqueio preventivo de todos os cartões e dispositivos digitais de acesso à conta até a apuração do caso. “Após o entendimento dos riscos, faça novo contato e libere cartões, senhas e dispositivos que não tenham sido comprometidos”, orienta.

Ricardo recomenda também registrar um boletim de ocorrência na polícia. “Com o BO em mãos, é possível mensurar a incidência dos golpes para dar o devido tratamento e também localizar quadrilhas inteiras de fraudadores. Em alguns casos, identificado o fraudador, é possível até mesmo acionar a Justiça para responsabilizar o autor do golpe e reaver as quantias perdidas”, observa.

VEJA ALGUNS DOS GOLPES FINANCEIROS MAIS PRATICADOS ATUALMENTE:

Golpe do Falso Motoboy – O atendente liga para a casa do cliente e informa sobre uma suposta compra e solicita as senhas da vítima para realizar o cancelamento. Após o suposto cancelamento, o falsário informa que será necessária a perícia do cartão para identificar o ocorrido. Para isso, o golpista envia um motoboy até a residência da vítima para retirada do cartão.

Golpe do Falso Empréstimo – O golpista faz um anúncio em jornal, revista ou site, distribui folhetos na rua ou até telefona para os clientes, oferecendo um empréstimo em condições muito facilitadas. Quando o cliente se interessa, fala que é necessário pagar uma comissão, uma taxa, um seguro ou um imposto, antes que o valor do empréstimo seja liberado. Quando o cliente deposita essa “taxa” na conta indicada, o criminoso retira o dinheiro e desaparece.

Golpe do WhatsApp Clonado – Os golpistas fingem ser do atendimento do banco e entram em contato por mensagens ou ligações no Whatsapp falando sobre erros no sistema, oferecendo serviços gratuitos ou pedindo informações sigilosas como número de cartão e senha. Depois disso, pedem que a pessoa confirme o número do código de verificação do Whatsapp que é enviado por SMS. Com este número, o golpista consegue acesso à conta do Whatsapp e pode ver todas as informações como contatos, conversas e grupos. Desse jeito, o fraudador pode entrar em contato com seus familiares e amigos fingindo ser você para pedir dinheiro por meio de transferências bancárias.

COMO SE PREVENIR

  • Nunca informe ou digite os dados e a senha do seu cartão pelo telefone.

  • Bancos não enviam “funcionários” ao domicílio dos seus clientes.

  • Não compartilhe ou fale sua senha de acesso do banco.

  • Na dúvida, desligue a ligação e ligue novamente para o banco de um outro aparelho telefônico.

(e-mail: [email protected])

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