G20: união e mobilização por um futuro melhor

André Naves (*)

O Grupo dos 20, amplamente conhecido como G20, é um dos mais influentes fóruns de cooperação econômica e social a nível global. Composto pelas principais economias do mundo, entre países desenvolvidos e emergentes, o bloco reúne 19 países, a União Europeia e a União Africana. Este conjunto de nações é responsável por aproximadamente 85% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial, 75% das exportações globais e cerca de 60% da população mundial, o que ilustra não só seu peso econômico, mas também sua importância estratégica e geopolítica. Em um cenário de interdependência econômica e desafios globais emergentes, o G20 desempenha um papel central no fomento de políticas voltadas à estabilidade econômica e à cooperação internacional.

Atualmente, o Brasil ocupa a presidência rotativa do G20, o que lhe confere a responsabilidade de coordenar e orientar as pautas de discussão do bloco. Sob a liderança brasileira, a 19º reunião de cúpula, marcada para começar no dia 18, no Rio de Janeiro, promete abordar temáticas de extrema relevância e de impacto global. A preparação para o evento vem sendo feita ao longo do ano com uma série de reuniões e eventos temáticos, destacando-se, entre eles, o Youth 20 (Y20), o Disability 20 (D20) e o Favela 20 (F20).

O Youth 20 reúne jovens de diversas nacionalidades e tem como objetivo discutir as perspectivas e os desafios enfrentados pelas novas gerações, promovendo o engajamento juvenil em questões políticas, sociais e ambientais. O Disability 20, por sua vez, foca nas pautas de inclusão, discutindo formas de fortalecer o empreendedorismo e o mercado de trabalho para pessoas com deficiência, além de impulsionar o desenvolvimento científico e tecnológico que facilite a inclusão plena dessas populações. Já o Favela 20 enfatiza a potência criativa e econômica das comunidades marginalizadas, evidenciando o valor e a contribuição dessas populações para a economia e a cultura global.

Além desses encontros preparatórios, a presidência brasileira planeja debates sobre Inteligência Artificial, especialmente no que se refere aos aspectos éticos dessa tecnologia e sua aplicação para a concretização dos direitos e da dignidade humana. A emergência climática também será um ponto central, com foco na transição energética e na mitigação dos impactos ambientais. Nesse sentido, o agronegócio figura como um dos eixos mais estratégicos para o Brasil, que também lidera a formação de uma aliança global contra a fome. Esta aliança visa mobilizar recursos e conhecimentos para erradicar a fome e promover a segurança alimentar, utilizando as capacidades produtivas e a expertise agrícola do Brasil para desenvolver soluções sustentáveis e inclusivas.

Outros temas, como o futuro geopolítico da humanidade e as perspectivas de paz e segurança internacionais, também terão destaque nas discussões, refletindo a responsabilidade compartilhada das maiores economias em moldar um futuro mais pacífico e economicamente estável. Os debates, portanto, visam traçar novos caminhos para um desenvolvimento global que seja sustentável, inclusivo e justo, abordando os desafios mais prementes da atualidade.

Em síntese, o G20 sob a presidência brasileira reflete o compromisso com um diálogo multilateral que inclua diversas vozes e perspectivas, reconhecendo que a solução para problemas globais exige cooperação, inovação e responsabilidade compartilhadas. A cúpula representa uma oportunidade única para o Brasil exercer liderança global em prol de uma economia mundial mais equilibrada e de uma sociedade mais inclusiva e resiliente.

(*) É defensor público federal formado em Direito pela USP; especialista em Direitos Humanos e Inclusão Social; mestre em Economia Política pela PUC/SP; cientista político pela Hillsdale College; doutor em Economia pela Princeton University; comendador cultural, escritor e professor.

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