A Ferroviária está novamente reiniciando planos. Desta feita, o jovem técnico Antonio Pícoli pediu demissão devido a proposta "irrecusável" do Juventude de Caxias (RGS). Esse episódio leva a reflexão sobre constantes variantes do futebol brasileiro. Pícoli está certo ou errado? Resposta: certíssimo. Não havia um contrato firmado. Foi tudo na base do "fio de bigode". Se tivesse um contrato, pelo menos o Clube seria compensado. Entretanto ficaria o prejuízo do trabalho perdido. Um planejamento foi "por água abaixo". Em pleno certame denominado Copa Paulista, a AFE terá que recomeçar. Será que a nova Comissão Técnica terá a mesma linha do Pícoli que queria renovar o elenco e oferecer chances para jovens da cidade e região? Antonio Pícoli estava fazendo justamente o trabalho que havia deixado de existir na AFE, há muitos anos. Mas há no ar, uma dúvida: Pícoli sempre se mostrou adepto da renovação. O idealismo puro era a sua marca. Será que ele foi embora só por causa da melhor oferta financeira? Ou se desligou por falta de infraestrutura para trabalhar?
A Ferroviária vive de "chapéu na mão" em busca de local apropriado para seus treinamentos. Infelizmente quando da transação do Estádio, faltou planejamento para que a AFE ficasse sem dívidas (no ano passado, a Prefeitura teve que arcar com uma grande quantia para saldar pendências trabalhistas).
Os 5 campos de futebol do Centro de Treinamento "Olegário Toloi de Oliveira" (Dudú), no Parque Pinheirinho, nunca tiveram condições excelentes para atividades da AFE.
O aconchegante Estádio do Botânico, muito bem concebido, nunca foi bom para jogos e treinos por falta de drenagem. Ninguém entendeu, até hoje, essa falha lamentável. A S.A. foi importante para certo período, mas, hoje a torcida mais fiel quer a volta da gloriosa Associação Ferroviária de Esportes. Como Entidade essencialmente esportiva, a AFE poderia ter mais incentivos, inclusive, fiscais.
Enfim, Ferroviária precisa neste momento de um novo planejamento, mas, preferencialmente baseado no trabalho desenvolvido pelo Pícoli.
Que saudade dos tempos do Picolim, do Bazani, do Sebastião Goulart e tantos outros que faziam valer o potencial do atleta regional. De gente que vestia com orgulho a manta grená. (WSL)