Fofoca no trabalho: você soube da última?

Marilene Volpatti

Dá até para entender algumas, sem se embrenhar no diz-que-diz maldoso.

Você ficou sabendo que a Cleusa foi obrigada a refazer o relatório da Eliana porque o chefe achou que estava cheio de erros? Que a Eva e Carlos estão tendo um caso? Que a mulher de André foi embora de casa sem dizer uma só palavra?

Essas costumam ser as fofocas mais comuns em ambientes de trabalho. Até certo ponto elas fazem parte da natureza humana. Algumas podem ser até úteis.

Se não se ligar nos comentários não vai ficar sabendo, por exemplo, que aquele tão almejado cargo que você está de olho há algum tempo, ficará vago em breve, pois, seu titular está de mudança para outra cidade.

Alguns estudiosos dizem que as fofocas exercem um papel importante na medida em que fazem as pessoas criarem uma rede, altamente complexa, de contatos sociais. Ao fazer algum comentário sobre um colega de trabalho num happy hour ou almoço, o indivíduo se sente parte integrante de um grupo. Mas, envolver-se demais pode trazer muitos dissabores e dificultar a carreira na empresa em que trabalha e na vida de uma maneira em geral.

Para evitar escorregões, alguns passos precisam ser seguidos.

Evitando fofocas

– Quando for confiado um segredo e você jurar que não vai contar a ninguém, é preciso manter a palavra – mesmo sabendo que a informação irá agradar a seus superiores. Se contar receberá a fama de fofoqueiro.

– Jamais falar mal de alguém que está sempre próximo, pois caso contrário a conhecida frase; “se fala mal das pessoas com quem convive, imagina o que não fala dos outros” vai se encaixar direitinho no caso.

– Se souber que algum companheiro está inventando fofoca a seu respeito, não hesite em tirar a limpo. Quando descobrir o responsável, diga algo mais ou menos assim: “tem idéia de quem espalhou esse boato maldoso?” Exija uma resposta e deixe claro que não mais tolerará comentários desse gênero.

– Claro que exite pessoas que se pode confiar. Mas há, também, as que não podemos. Portanto, quando não damos conta com quem estamos lidando, é melhor ficar alerta, uma resposta a uma simples pergunta pode complicar seriamente no futuro. Exemplo: suponha que acabou de sair de uma reunião de trabalho quando alguém lhe pergunta “Como foi?”. Cansado você responde: “a mesma ladainha de sempre!”. Com essa resposta você poderá ganhar má reputação, pois, cada pessoa poderá interpretar de maneira diferente. Estabelecer limites é importante e ter algumas respostas prontas também. Por exemplo, quando questionado sobre a tal reunião, responda simplesmente: “Foi boa”.

Se alguém lhe perguntar como está se dando com seus superiores, diga únicamente: “Bem”. E ponto final. Falar pouco é a chave.

– Quanto a vida pessoal, é óbvio que pode contá-la a um ou dois amigos com quem trabalha há muito tempo. Mas não vá se abrindo com quem não conhece direito. Caso contrário corre o risco de contar um ponto e ser aumentado em 10 100 vezes.

– Se um companheiro vier fofocar sobre a vida do chefe, dizendo que é mulherengo, que está tendo um caso com fulana e você souber que é mentira, abra o jogo e fale claramente que não acredita. Ao defender, ganhará admiração de todos. Quando alguém comentar que viu sicrano em companhia de fulana, diga objetivamente: “Ah é?” E jamais. “Eu desconfiava que aí tinha coisa. Há pouco tempo vi os dois juntos num barzinho” isso seria fofoca das grandes.

– É importante elogiar. Reconheça as qualidades dos amigos de trabalho e divulgue as notícias positivas. Com isso vai estabelecer uma forte rede de relacionamento positivo. Dessa maneira, se alguém tentar fazer sua caveira, haverá sempre um para defender.

O por quê das fofocas

Uma pessoa fofoca porque acha que é divertido e, também, lhe dá a ela a sensação de ser importante e fazer parte integrante de um grupo. Quando alguém nos conta um segredo, percebemos que fazemos parte da turma.

A fofoca pode, também, significar raiva mal direcionada. Se o marido briga em casa com a mulher e chega do escritório furioso, a fofoca é uma ótima válvula de escape. Em vez de dizer à mulher o porquê do aborrecimento, correndo o risco de ser rejeitado, prefere falar dos problemas dos outros.

Há, também, pessoas que usam da fofoca para elevar a auto-estima. Ou seja, quando não estão bem, sentem necessidade de exibir conhecimento, contando para os outros o que elas não sabem. Têm uma informação que os outros querem e, por isso, sentem-se poderosas. No fundo, são pessoas cheias de complexos e frustrações que necessitam falar – muitas vezes nem sabendo o que estão falando – mas falam, doa a quem doer. Se o fofoqueiro – não precisa necessariamente ser o dono do trabalho -, mas aquele que tudo sabe e tudo comenta da vida alheia, cada vez que fosse comentar algo de alguém, analisasse a fofoca comparando com sua maneira de ser, com certeza se calaria, pois, perceberia que na realidade estaria falando de si próprio e iria se envergonhar da tremenda maldade que passaria a alguém sem merecer.

Infelizmente, o mundo está cheio de pessoas que agem com maldade, por isso o cuidado ao lidarmos com quem não conhecemos direito. Muitas vezes convivemos anos à fio com alguém e não a conhecemos totalmente. Quantas vezes somos pegos de surpresa por atitudes que jamais imaginávamos que uma pessoa, tão querida e próxima de nós, toma! O que não fazer, então, com aquela que mal conhecemos?

Serviço

Consultoria: Drª Tereza P. Mendez, Psicoterapeuta Corporal. Fone:- 236-9225.

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