O prefeito Edinho Silva ama a Ferroviária e, como tem amigos empresários, tem conseguido alavancar parcialmente o clube que, agora, mergulha numa crise profunda. Nesta semana, pela televisão, a comunidade regional chegou a sentir vergonha pela derrota administrativa. Nem vamos comentar a extraordinária incompetência no decorrer do campeonato onde, infelizmente, o empenho da investidura de prefeito-solidário não foi suficiente para evitar a queda.
A notícia televisiva, com direito a repeteco, é que o Estádio da Fonte Luminosa está nas trevas porque o clube, há 10 dias, não pagou a conta da CPFL. E o nome da Ferroviária, isto é, de Araraquara vai para o lixo. Quando se fala em desgraça parece que alguns sentem prazer em envolver o nome desta terra, não é mesmo? Claro que isso é apenas uma percepção subjetiva, talvez, construída pelo carinho que se nutre pela cidade, a cabeça de região. Mas, não deixa de ser desagradável enfrentar teor noticioso tão contundente.
E, assim sendo, neste momento de frustração seria fácil indicar alguns senhores que não conseguiram fazer respeitar o nome esportivo da AFE. Mas, de nada adiantaria. Indispensável é perguntar se a Ferroviária pertence mesmo à cidade.
Como não se tem dúvida, resta chamar todos os que podem colaborar e não deixar o futuro afeano entregue à meia dúzia que, por tempo determinado, zela pelos destinos do Executivo no Paço Municipal “Rubens Cruz”. A história grená abomina essa realidade e não admite que um partido tome conta de seus destinos. O esporte não pode ficar atrelado aos objetivos partidários.
Então, mais que endereçar crítica às pessoas que tentam empurrar o time é inteligente reafirmar: a Ferroviária é de Araraquara? Que se acheguem, pois, os que a amam e podem dar-lhe um destino mais digno e justo sem deixá-la, inerte, num fétido fundo de poço.