EUA impedem execução de negro condenado por júri branco

EFE

A Suprema Corte dos Estados Unidos anulou a sentença de morte e encomendou um novo julgamento para o caso de um homem negro, porque o júri que o condenou no Texas foi composto, através de manobras, por uma maioria branca. Thomas Miller-El, que tem seu próprio site e conta com simpatizantes no mundo todo, tinha sido condenado pelo assassinato, em 1985, de um funcionário de um motel em Dallas. Uma apelação já impedira sua execução, que tinha sido fixada para fevereiro de 2002.

Em uma decisão por seis votos a favor e três contra, a Supremo Corte anulou a decisão de um Tribunal Federal de Apelações do Quinto Distrito de Nova Orleans, que tinha ratificado a sentença de uma corte estadual.

O juiz David Souter, que redigiu a decisão judicial da maioria na Suprema Corte, disse que “se demonstrou em um grau claro e convincente” que o processo de seleção dos membros do júri que julgou Miller-El foi determinado por motivos raciais.

Segundo Souter, os potenciais membros do júri negros foram interrogados de forma mais agressiva sobre a pena de morte, e a procuradoria “reacomodou” pelo menos duas vezes as listas de candidatos a jurado, aparentemente para aumentar as possibilidades de que fossem escolhidos brancos. Miller-El foi declarado culpado por um júri de 12 membros, dos quais só um era negro. A procuradoria eliminou 9 dos 10 cidadãos negros elegíveis para jurado.

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