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Estamos de cócoras ou de joelhos?

Mataram o jornalista da Globo e, agora, nosso juiz, isto é, o guardião do Estado e última instância para defesa do cidadão brasileiro. E eles personificam o nosso medo, angústia e fragilidade diante do crime organizado. Infelizmente, as ferramentas antiguadas e inoperantes que o Estado-Juiz coloca para manter a segurança de seus contribuintes (que pagam caro pelo benefício, em tese, um direito), não têm serventia.

Do jornalista – a forma cruel, cruenta, nojenta e dolorida – ao que parece, todos já se esqueceram. Menos a família do inditoso profissional que teve a ousadia de noticiar sobre os distribuidores de drogas. O juiz – a maneira horrível, desumana e covarde – ainda continua a merecer artigos de gente famosa e manifestação de solidariedade de vários segmentos. “Foi um crime contra a sociedade” e outros blablablás… mas, daqui a pouco, também entra no esquecimento. Parece que temos a necessidade de esquecer as ocorrências traumáticas para continuar o faz-de-conta: faz de conta que o Estado tem poder, faz de conta que o nosso dinheiro é bem usado, faz de conta que nossos políticos estão interessados em nosso bem-estar e outros mais que ficam a mercê de sua criatividade, caro leitor e companheiro de infortúnio.

E a Penitenciária Regional de Araraquara, de segurança máxima? Isso nos dizia o então diretor Floriano Peixoto (e justiça seja feita, ninguém saiu de lá em sua gestão), mas, e hoje? Nessa semana, a polícia de Rio Claro interceptou pessoas que teríam a incumbência de explodir shopping ou posto de gasolina de nossa cidade para, sem a presença forte da Polícia Militar, tentar resgatar alguns reeducandos. Já pensaram se o plano tresloucado tivesse sido perpetrado, quantas vidas de gente inocente teriam sido ceifadas? Dá calafrio só de pensar…

Isso, talvez, responde ao ilustre governador de São Paulo por que não é interessante ter um presídio próximo ou dentro de uma cidade. Esperamos, inclusive, que o deputado da região leve os detalhes dessa ocorrência policial à S. Exa. e, todos, possam trabalhar por nossa segurança. Está tudo muito devagar, irritantemente moroso. Não dá tempo para refletir se a educação evita a violência e muito menos ouvir discursos furados e descabidos, completamente fora do contexto. Precisamos de remédio alopático para combater as bactérias do tecido social. Chega de, nesta crise sem precedentes, arquitetar ações homeopáticas e enganosas. Isso ofende a inteligência do povo, causa asco.

Senhores, que adianta o estado de direito para os cidadãos de bem se os nossos semelhantes, irmãos terráqueos que se agasalham no ilícito, revitalizam-se em cada crime e conjugam o verbo matar sem dó e nem piedade não aceitam o mesmo guarda-chuva legal?

É justo continuar com as mesmas normas legais, na iminência de cortar a liberdade de gente boa, se nossos algozes, os malfeitores vivem no estado de exceção?

Os agentes políticos, escolhidos e pagos pelos cidadãos acuados, precisam mudar a sua maneira de pensar, sentir e agir. Se não, nobres e privilegiados seres, será melhor parar de pagá-los e fazer um pacto com os fora-da-lei. Igualzinho ao procedimento das máfias que cobravam para não matar, violentar ou causar dor aos seus “associados e gentís colaboradores”.

Nobres autoridades, gente escolhida e paga para garantir a segurança, o direito de ir e vir que está inscrito na Constituição Federal, por favor: não nos façam perder a fé neste país-tropical, abençoado por Deus.

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