Alunos da Escola Estadual Parque das Nações, de Gavião Peixoto, visitou, nesta semana, a pesquisa arqueológica na PCH – Pequena Central Hidrelétrica de Gavião Peixoto – usina de produção de energia. A pesquisa visa o salvamento arqueológico da área para obtenção de licença ambiental. Com apoio do Museu Histórico e Pedagógico Voluntários da Pátria, de Araraquara.
Com a coordenação do arqueólogo Robson Rodrigues, 22 alunos de 8 a 10 anos observaram o trabalho técnico que busca registrar a área ambiental, o contexto e a própria coleta do objeto encontrado.
“É dessa forma (coleta de vestígios) que obtemos informações do momento que a população humana ocupou este espaço”, conta Robson na terra que completa, neste dia 27, 10 anos de emancipação político-administrativa.
A arqueologia é a ciência que estuda a história das pessoas e o que elas produziram, por meio de vestígios. Procura-se aquilo que não perdemos, que não nos pertence mas é aquilo que pertence à humanidade.
Privilégio
Para Robson, a visita dá a chance de as crianças obterem informações no momento que o arqueólogo está em campo, recolhendo o material que depois será analisado em laboratório. E depois volta para o Museu Histórico Pedagógico Voluntários da Pátria, que tem a guarda deste material.
A diretora da escola, Sônia Regina Mattiassi Neves, mobilizou parte dos alunos, que já estão em férias. Os alunos estavam ansiosos para o encontro com o arqueólogo.
Motivação
Fernando Vinícius Fratucci, 10 anos, disse que iria gostar do trabalho. Sua professora, Maria José Dal Ri de Paula, afirmou que ele gosta de pesquisar. Ele já havia feito uma pesquisa sobre o trabalho do arqueólogo, mas que observar em campo é bem diferente do que o imaginado.
Indústria lítica
Robson diz que durante as pesquisas, no levantamento dentro da área de impacto de modernização da usina, foram localizados vestígios de caçadores coletores que ocuparam as margens do Rio Jacaré-Guaçu.
A equipe realiza a escavação buscando o resgate arqueológico de materiais. Estes são produtos do lascamento da pedra: ferramentas e instrumentos de pedra como raspadores, facas, objetos cortantes, plaina, enfim, uma série de ferramentas de uso dessa população. “As pesquisas apontam ser uma indústria lítica, ou seja, um local onde a população fabricava objetos de pedra para serem utilizados no dia-a-dia”, revela o coordenador.
A pesquisa começou dia 15 e seguiu até sexta (23), sendo que os trabalhos do empreendimento da usina podem ser novamente efetuados.
Pessoal
Com uma equipe de 14 pessoas, composta por arqueólogo/coordenador, geógrafos, alunos de geografia, história, ciências sociais, e equipe de 06 auxiliares a maioria moradores do Hortências o grupo busca entender mais sobre o contexto arqueológico das populações nômades que ocuparam a região há mil ou 2 mil anos atrás, e entender, também, a oficina lítica – área que foram produzidas as ferramentas em pedra.
Um jeito de entender a ocupação humana em Araraquara, decifrando as populações nômades mais antigas desta região.
A pesquisa é subordinada ao IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico Artístico Nacional.