Marilene Volpatti
Elas reclamam e criticam demais. São incapazes de dar atenção. Por que essas pessoas não param de pisar em falso?
O companheiro sai de casa, mas, não é por causa de uma outra mulher ou de um sonho qualquer. Provavelmente esteja presente fisicamente, compartilhando do mesmo espaço e até fazendo amor, mas, não está presente definitivamente. Seu rosto já não tem mais aquela vida anterior. Quando pergunta como foi seu dia, ele prefere não responder. Liga a TV e se estende na cama ou sofá. Quando sai de viagem a trabalho, esquece de telefonar para avisar em que hotel está. Nas reuniões quando você chega ele pára de rir e raramente a apresenta a seus conhecidos. Um jantarzinho a dois, um passeio ou cinema, nem pensar.
Esse casamento, como muitos outros, não acabou de repente. Quando se pensa em rompimento imagina-se brigas e lágrimas. Com muito maior freqüência, pequenas irritações minam lentamente um relacionamento.
Na solidão a mulher fica tensa, árida e com saudade daquele ser maravilhoso que um dia ajoelhou-se aos pés do altar ao seu lado, beijou-a com carinho, colocou aliança em seu dedo e jurou eterno amor. Ele era muito diferente. Hoje é desinteressado, quase um estranho.
O casamento nada mais é do que um pacto de afeto, respeito, carinho e cumplicidade. Cumprir tudo isso pode ser extremamente fácil ou difícil, depende do esforço, consciência e amor que cada um está disposto a investir.
Os homens, por exemplo, parecem ter domínio e controle absoluto das situações. Mas, no fundo, são mais frágeis que as mulheres. Precisam de um estímulo quando fazem algo positivo e dispensam críticas e observações nas coisas negativas. Resumindo: precisam ser paparicados sempre.
Nos seus melhores dias, casamento significa partilha, divertimento e fascinação. E, nos momentos difíceis, significa entender que a relação precisa ser alimentada. Para entender melhor: casamento deve ser o ponto de paz no meio do mundo tumultuado que vivemos.
Possessivo
O ciúme é um sentimento corrosivo. Com a desconfiança, a pessoa não só diminui a si própria, mas, também ao seu companheiro. Faz coisas que jamais achou que seria capaz, tipo: conferir o canhoto do cheque, cheirar as roupas, ouvir conversas ao telefone, regular horário de trabalho e outras coisas absurdas. O outro sente no ar a desconfiança e adivinha a nuvem negra que está para desabar. Quem aguenta isso?
Uma pessoa pegajosa, que não desgruda do companheiro e o arrasta para todo lugar, em geral, não possui auto-estima. A pessoa que está bem consigo mesma atrai fluidos positivos para seu relacionamento conjugal.
Reclamações
Eduardo possui uma mãe que se intromete na vida de todo mundo. A tipo fofoqueira. Ele cresceu nesse ambiente de críticas, mas, para se casar, escolheu uma companheira que era o oposto da genitora: meiga e calada. Vera (a esposa) mostrou seu outro lado tempos depois, quando passou a reclamar do salário do marido e da falta que fazia a família dela. Ele não suportou as reclamações diárias e saiu de casa.
Muitas vezes a mulher reclama porque imagina que o companheiro está fazendo críticas a ela ou tentando magoá-la. É preciso entender que na maioria das vezes, o marido está lidando com seus próprios fantasmas. É preciso entender que nem sempre é pessoal. Não devemos levar as coisas tão a sério. O primeiro passo é aprender a não reclamar.
Pequenos desencontros
Em pleno ano 2000, com pessoas correndo de um lado para o outro o tempo todo, faz com que casais descuidem da relação. É preciso guardar energia para que haja harmonia em casa.
Pessoas com bom-senso dão mais importância a gente do que à arrumação de armários, por exemplo. Mas, como ninguém consegue viver numa casa bagunçada, é necessário negociar. Divida tarefas inclusive com os filhos. No final de semana, se puder, peça o almoço a um restaurante, assim sobrará tempo para um bate-papo maior com a família e cuidar de si próprio.
Erros
Todo mundo tem o direito de errar sem sofrer humilhação pública. Por isso antes de criticar o companheiro coloque-se no lugar dele. Se houver necessidade de chamar a atenção, faça-o em casa, entre quatro paredes, e não na frente de terceiros.
Nem sempre a raiva é injustificada, muitas vezes não há necessidade de reprimi-la, pois agindo assim, mais tarde, sob outro pretexto haverá a explosão. O mais indicado é dizer a verdade, sem agressão e sem permitir que as feridas aumentem e infeccionem com o passar do tempo. A amargura que normalmente se instala nos casais pode ser evitada agindo com “franqueza e honestidade”. Essas duas palavras não machucam, como a mentira e a falsidade. Pense nisso!
Dar tempo ao tempo
Quando as coisas não caminham bem, o melhor que se tem a fazer é passar uma temporada cada um num canto. O marido irá ao futebol, ao barzinho com amigos e outros lugares sempre que quiser, enquanto a mulher fica de preguiça na cama ouvindo CD, lendo um bom livro ou saindo pela cidade misturando-se com a multidão. As crianças podem passar uns dias com os avós. Essa pausa é necessária a partir do momento em que se observa no companheiro um olhar distante e melancólico. É hora de dar um tempo e voltar algumas páginas da vida para recordar o quanto lutaram para estarem juntos nessa vida. Qualquer manifestação para salvar a relação é válida. Pena que a maioria das pessoas descobre o “bem viver” depois da relação ter sido amplamente desgastada. E tem aqueles que sucumbem sem descobrir.
Serviço
Consultoria: Drª Tereza P. Mendes – Psicoterapeuta Corporal – fone:- 236-9225.