Envelhecer confiante, sem medo

Marilene Volpatti

Aprender a não ter medo de ver o tempo passar e descobrir o que é viver de verdade. Depois dos 40 o melhor está por vir.

Com 45 anos e com saúde perfeita, Laura não consegue esquecer que está ficando velha. Começou no dia em que se olhou no espelho e viu o rosto de sua mãe olhando de volta. Ficou chocada com a constatação da meia-idade, que por algum motivo irracional achava que jamais envelheceria.

O que mais aborrece determinadas pessoas, não é a idéia de ficar flácida e com rugas, mas sim, de perder a vitalidade e não poder se cuidar sozinha.

Depois de passar a vida trabalhando, para ser forte e independente, será que o que nos espera são somente anos de uma existência frágil e indefesa?

Essa preocupação é de muita gente. A medida que entramos na segunda fase da vida, cresce o medo da velhice principalmente quando sentimos os primeiros sinais. A sociedade dá destaque à juventude como única fonte de beleza e força e deixa a maturidade como sinônimo de rugas, flacidez, cabelos brancos e o “fantasma” da invalidez.

Boas novas têm surgido para as pessoas que se atormentam com esses temores: não precisa mais ficar “velho” – pelo menos não da maneira como acontecia.

Muitos de nós têm consigo a imagem do velho que perde a memória e é incapaz de fazer alguma coisa. Estudos sobre velhice eram feitos em asilos e hospitais. Dessa maneira, os resultados sempre diziam respeito a pessoas doentes, o que hoje em dia não se aplica mais.

Além de estarmos vivendo mais, os médicos começaram a descobrir segredos de vida longa e saudável. Uma pessoa bem conservada, de 70, anos equivale a uma moderadamente conservada de 30.

Mitos e verdades

Por que ficar muito tempo sentado, sem fazer nada?

Segundo os entendidos, o problema está na perda do tônus muscular. Com a idade tendemos a ganhar peso e perder massa muscular. Quando se chega aos 65 anos o corpo apresenta 18% a mais de gordura do que quando tinha 25, mesmo não tendo engordado 1 quilo. Perde-se cerca de 3 quilos de massa muscular por década. A partir dos 45 a perda se acelera. O ideal é começar a evitar essa perda desde o início, isto é, a partir dos 20 anos.

Os médicos afirmam que podemos manter 94% da massa muscular durante a velhice, pois a chave do condicionamento físico está sob nosso controle.

Se podemos controlar a musculatura, como ficam as falhas de memória? 90% das pessoas que chegam ou passam dos 65 anos não sofrem nenhum tipo de perda de memória ou dano em seu comportamento social. Se ocorrer alguma perda da capacidade de raciocínio, mais uma vez, é devido à inatividade.

O melhor da vida

Se envelhecer achando que não tem mais nada de bom para viver, provavelmente o futuro será cinzento. Mas se, ao contrário, investir nessa fase, com energia e vitalidade, vai descobrir novas trilhas. Pessoas que envelhecem com dignidade e ânimo encontram forças para um futuro agradável.

Nada pode ser mais eficiente para manter a saúde física e mental do que fazer 30 minutos de algum tipo de atividade aeróbica. Nadar, correr, caminhar depressa ou andar de bicicleta, de três a quatro vezes por semana, são exemplos ótimos para manter a forma. Se, além da aeróbica, juntar 15 minutos de musculação, a perda da gordura vai ser ainda maior e os músculos ficarão delineados.

Nessa fase da vida, a alimentação também é muito importante, pois o corpo tem mais dificuldades em absorver nutrientes. Por isso a importância do equilíbrio nas refeições com alimentos energizantes, ricos em vitaminas e pobres em gordura. Cereais, legumes, verduras das mais variadas e frescas, peixe e carnes magras, é a grande pedida. A orientação de um bom médico e nutricionista, é recomendado.

Não podemos esquecer que a paixão pela vida conta em muito. Todos devem ter um objetivo. Um neto, trabalho, flores, animais ou um curso. O segredo da eterna juventude está em ter uma grande paixão que justifique a existência. Quem não tem, precisa arranjar uma com urgência.

Espiritualidade

Para aceitar a velhice, precisamos buscar um motivo maior para a vida que não seja o lado material. A espiritualidade é a chave. Carl Jung, psicanalista seguidor de Freud, percebeu que os problemas da maioria de seus pacientes com mais de 35 anos estavam direta ou indiretamente ligados à perda de uma visão religiosa em relação à vida e que nenhum deles ficou curado até reconquistar sua fé.

“Na infância e na juventude o mundo exterior nos chama. Na meia idade e na maturidade somos convidados a olhar para o nosso mundo interior. Ao abrirmos espaço interno para esse autoconhecimento, aprendemos, finalmente, a dirigir nossa vida de acordo com nossos reais valores e, não de acordo com as expectativas e desejos dos outros”, explicam os autores do livro Celebrate Mid-Life: Jungian Archetypes and Mide-Lif Spirituality (Comemore a Meia-Idade: Arquétipos Junguianos e Espiritualidade na Meia-Idade).

Sempre aprendendo

Muitas vezes escutamos que aprender é para os jovens. Aos 50 anos nos consideramos donos da verdade, achando que não temos mais nada para aprender. Ledo engano. No decorrer de toda a existência vamos ter coisas novas para aprender. Esse é o maior dos encantos: saber que, pelo simples fato de estarmos vivos, tudo pode acontecer. Até mesmo uma paixão avassaladora. Afinal, nunca é tarde para novas aventuras.

Agora… não interessa o volume de exercício, estamos envelhecendo. É melhor encarar, com ânimo, esse caminho. Felizes enquanto formos vivos e tivermos saúde.

A MAIOR JÓIA DE UMA FAMÍLIA É UMA PESSOA IDOSA.

Serviço

Consultoria: Drª Tereza P. Mendes – Psicoterapeuta Corporal – fone:- 236 9225.

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