O sobrinho do Manoel Rodrigues (que foi líder na Vila Xavier, um dos pilares da Beneficência Portuguesa, amigo do governador Adhemar de Barros, um empresário dos mais influentes), Gaeta: uma liderança incontestável do bairro-distrito, notabilizando-se como bandeira do tradicional Palmeirinha. Foi assim que nasceu para Araraquara, através de um mandato de vereador. Foi presidente do Legislativo, vice-prefeito do Clodoaldo Medina e do Roberto Massafera. Por sua lealdade e serviço constantemente voltado à comunidade, foi representante natural do governador Mário Covas e Geraldo Alckmin.
O prefeito Massafera, pelas qualidades pessoais do Gaeta, com destaque para o seu elevado espírito público, chamava-o de “meu querido vice-perfeito”. Gaeta, um amigo dos amigos soube comandar a bonita e democrática campanha de 1 976 quando tentou ser chefe do Executivo, num período difícil: Arena, um partido situacionista bastante estressado (três sublegendas), contra um MDB em vertiginosa popularidade que representava a luta de A a Z contra o golpe e excessos de 1 964. Não foi fácil ser membro da Aliança Renovadora Nacional…
No Palmeirinhas da Vila, na Beneficência com Tedde Netto e outros portugueses extraordinários, na vereança e na prefeitura, além de outros segmentos, o homenageado do “Jornal de Araraquara” teve uma notável presença. O arquivo do J.A. daria para editar um livro, com imagens magníficas porque todas foram construídas com amor e dedicação. É imprescindível sublinhar o apoio da sua querida Erlene Passerini e de um grupo de companheiros para toda obra. Abre-se espaço para o respeitado, talentoso e generoso José Alberto Gonçalves… ótimo para conhecê-lo um pouco mais. É gente da maior qualidade, um araraquarense que batalha pela região:
“Eu nasci em 17 de maio de 1 938, na Vila Xavier. Numa residência próxima à praça de Santo Antônio. Fiz o grupo escolar no “Antônio Lourenço Corrêa” com as professoras Corina, Chiquinha, Julieta e a Dona Helena, as quatro professoras que a gente nunca esquece. Depois fiz o ginásio no São Bento; científico no Duque de Caxias; e administração de empresa na primeira turma da Uniara.
Comecei a
trabalhar
com o meu tio
Com 16 anos, no escritório de Manoel Rodrigues. Fiquei com meu tio até 1 975 quando ele faleceu. Era a pessoa mais ligada a ele, para tudo e qualquer assunto. Palmeirinhas, Ferroviária, Beneficência Portuguesa e finalmente a política tiveram início na experiência de meu primeiro emprego.
O hospital
dos irmãos
Eu comecei na Beneficência como tesoureiro, fui vice-presidente do Dr. Miguel Tedde Netto e depois fui presidente por duas gestões. No período em que fui eleito vice-prefeito, construímos centros cirúrgicos e outras dependências valiosas. Retornei para outra gestão do Tedde Netto e fiquei lá mais um mandato e meio.
Família
Casei com Erlene de Lourdes Passerini, o pai dela era muito conhecido: era ferroviário, sub-gerente do armazém de abastecimento da EFA (Rapa), casado com a dona Orlanda Passerini. Uma família antiga, tradicional da Vila Xavier, meu sogro era Reinaldo Passerini, mais conhecido por Gim. A família Passerini tem uma enorme raiz na cidade.
Irmãs
Tinha a Irene (falecida), era casada com Antoninho Fáccio que jogava na Ferroviária. E a Edméa (foi casada com o Vail Motta).
Meus filhos
e netinhas
Francisco José (solteiro), Flávia Maria (casada com Paulo Ayres) e Fernando Antonio Gonçalves (casado com Daniela Viana).
As urnas
O Flávio Ferraz de Carvalho saiu candidato a prefeito e me procurou para ser candidato a vereador. Foram atrás do meu tio, internado num hospital de Campinas, convenceram-no e eu sai candidato a vereador. Fui o terceiro mais votado, superado apenas pelo Miguel Tedde Netto e Waldemar De Santi.
Caminho político
Tive o mandato de vereador, fiquei próximo do prefeito Rubens Cruz. Fui secretário da Câmara Municipal, presidente por dois anos e o último como secretário. Na gestão do Rubão (que foi uns dos melhores prefeitos), a Vila Xavier recebeu um impulso muito grande.
Com isso, a gente ficou com chance de ser candidato a prefeito, mas, não aceitei porque me achava muito jovem. O candidato então seria Vicente Michetti. No entanto, quando eu voltei de uma viagem longa, o prefeito Rubens Cruz disse que o Michetti não quis porque o Rômulo Lupo era candidato e que o Clodoaldo Medina tinha sido escolhido e, dessa forma, eu teria que ser o vice. No primeiro momento pensei em não aceitar, mas, fui convencido e tivemos aquela vitória realmente bonita e significativa.
A disputa
Após, enfrentamos uma temporada difícil. O PMDB era o preferido do Brasil inteiro, ganhou 90% das eleições. Havia uma revolta contra a antiga Arena e nós (Eu com o Dr. João Galhardo, Rubens Cruz e Arnaldo Caramuru), acabamos derrotados pelo De Santi. Mesmo assim, tivemos boa votação, 8.000 votos. Naquela jornada democrática, além do extraordinário João Galhardo, tivemos o Geraldo Polezze, o Mário Gaion, Mário Hokama, Alberto Gorla, o Moreira da Rádio, uma turma pequena mas com grande eficiência na comunicação para transmitir a mensagem da transformação.
Na AFE
Eu fui para a Ferroviária ser vice-presidente do Antônio Eugênio Nogueira da Gama. A AFE teve um período positivo: O “Ferrão” de entrada, o primeiro lance das cadeiras cativas, o time profissional com boas jornadas. Depois eu assumi a presidência, no final da gestão do Gama e fiquei conselheiro quando o José Welington Pinto foi presidente. Posteriormente fui eleito presidente. Em 1 985 tivemos a melhor colocação dos últimos tempos: quarto colocado no Campeonato Paulista. Destaque para o Roberto Massafera que, como na Beneficência Portuguesa (na construção do pavilhão), fizemos o segundo lance das cativas, sede social do clube afeano e piscinas recreativas. Um período curto, mas, com todas as realizações e contas pagas.
Estádio do
Palmeiras
Construímos a sede social, na época o Palmeirinhas tinha um carnaval de sucesso. Em outros eventos sociais, competia de perto com os grandes clubes da cidade. Era comum ver gente da elite freqüentando o nosso querido Palmeiras da Vila Xavier, com muitas famílias do bairro.
O campo
O Palmeirinhas sempre sonhou com um campo de futebol… então procurei o prefeito Rubens Cruz que era uma pessoa atenciosa. Tinha uma área da Vila Vicentina, não era de direito do Palmeirinhas, mas, era de fato (proprietários ignorados). Como o clube já usava a área, conseguimos legalizá-la através de uma Ação de Usucapião. Custo de R$ 15 mil.
Minha mãe
Um dia Flávio Ferraz me telefonou para anunciar que ganhamos a ação que deveria ser adjudicada com pagamento prévio. Só uma saída, procurei minha mãe Ernestina Rodrigues Gonçalves que pagou para receber quando desse. Naturalmente sem juro e nem correção monetária. Pagamos o empréstimo com promoção de pizza, jantar e outros eventos do gênero. E muitas rifinhasõ, disse nosso entrevistado.
Diretor
Com Mário Covas, Geraldo Alckmin e agora José Serra, Gaeta é diretor do Erplan – Escritório Regional do Planejamento. A sua presença na Região Central ganha maior significado com o mandato de Roberto Massafera, enquanto deputado estadual. Gaeta batalhou bastante pelas causas da cidade e merece nossas homenagens. Obrigado amigo! Leia mais sobre o Gaeta. Página 12