As grandes bandeiras dos ambientalistas, dos que amam a natureza e defendem-na com ardor e técnica tornaram-se também boas fontes de economia. Chegaram a entender que a devastação, os danos ao meio ambiente custam muito mais que as políticas de preservação. Também junto à mãe-natureza vale a atenção preventiva, mais do que a curativa.
Recentemente, pela Revista Exame, Lester Brown que tremula a bandeira de respeito à natureza, ao responder sobre a agressão ao meio ambiente afirmou que isso é péssimo negócio do ponto de vista econômico. Para ele, quando as pessoas desmatam a Amazônia, calculam o quanto vão ganhar com a terra, mas, não o efeito sobre o regime de chuvas na região.
“As florestas tropicais devolvem à atmosfera dois terços da água que recebem das chuvas. Mas, com o desmatamento, esse número cai para apenas um quarto, o que reduz a umidade do ar e pode levar a secas que prejudicarão a agricultura. É um prejuízo quase incalculável”.
Vale dizer, cuidar do meio ambiente faz bem duplamente…
Por outro lado, a generosidade ao meio ambiente, através de pessoas que convivem numa empresa, agrega valor à iniciativa social e pode representar o fim de muitas arestas que prejudicam o relacionamento e se refletem no produto-fim.
Trabalho que une
pessoas e forma
clima fraternal
O Gestor de Recursos Humanos da Sachs, José Orlando de Souza, há muitos anos na empresa originalmente de São Bernardo do Campo, está em Araraquara há quase 6 anos. Com a esposa e quatro filhos e ama o que faz. Prestar serviço e colaborar com as entidades assistenciais traz excelentes resultados afirma José Orlando. A equipe fica mais unida, cria uma sinergia positiva e todos se esforçam para atingir as metas com solidariedade e eficiência.
Droga Ven
adotou a
receita
Num dos pronunciamentos do defensor da natureza e profissional apoiador de ações sociais, o homenageado desta edição defendeu que toda empresa deveria pensar numa atividade social, além da rotina diária. O diretor da Droga Ven, Marcos Estrela, absorveu a idéia e conversou com seus parceiros. Não deu outra, hoje todos juntam papel e outros materiais recicláveis da rede de farmácias para, com o dinheiro arrecadado, dar assistência à entidade previamente escolhida.
“Isso deu ótimos resultados”, disse Marcos Estrela que estimula a ação social resultante do coração solidário de cada funcionário-colaborador.
Recursos Humanos
José Orlando de Souza aceitou um bate-papo com a reportagem do J.A. e descreve a metodologia dessa ação espetacular. Os empresários, funcionários e demais pessoas ligadas ao empreendedorismo não podem deixar de lê-la.
“A ZF Sachs é uma empresa multinacional, antes Sachs do Brasil Ltda. Hoje, após a incorporarão com a ZF do Brasil, é mais conhecida como ZF do Brasil-Divisão Sachs. É uma empresa que cuida muito do lado social, preza pelo respeito aos funcionários, pela individualidade e a forma que se expressam. Trabalha pela satisfação e bem estar de todos. Este é o principal capital que a empresa possui, no contexto profissional e de responsabilidade social.
Direcionamento
Primeiramente a empresa procurou obter a certificação ISO-14.000 que é uma norma de gestão ambiental, O objetivo é cuidar do meio-ambiente, e nós somos bastante fortes nisso. Outra certificação é a ISO-18.000 que é a gestão da saúde e segurança ocupacional. Tudo isso a fim de mostrar internamente o respeito que temos pelos nossos colaboradores e principalmente pela segurança, qualidade de vida e saúde de todos.
O lado social
Com relação à responsabilidade social que envolve a parte externa, ou seja, a comunidade, vários trabalhos são realizados nesse sentido e o que temos hoje de mais marcante é um bom contato com as entidades beneficentes, como o Nosso Ninho, Casa da Criança “Cristo Rei”, Lar Juvenil, etc. O principal trabalho que fazemos hoje, e que considero o mais sólido, está voltado ao Caibar Schutel. Ajudamos em tarefas que chamamos de terapia ocupacional. Diariamente transferimos algumas das atividades de montagem, para a entidade. Estas atividades são realizadas pelos internos do Hospital. Depois, essas peças são devolvidas à empresa que paga por esse serviço. Com o trabalho realizado cada paciente recebe uma quantia em dinheiro. O valor agregado para o hospital e internos não é só o dinheiro, mas a terapia aplicada, a elevação da auto estima e a sensação do dever cumprido. Podemos chamar de laborterapia ou simplesmente de responsabilidade social.
Trabalho voluntário
Como exemplo de trabalho voluntário podemos citar que recentemente, nossos colaboradores em uma ação voluntária produziram e venderam pizzas, e com o dinheiro arrecadado foram ao Lar Redenção e pintaram todo o prédio. Posso dizer que deram uma cara nova aquele Lar. Procuramos aqui desenvolver a cultura, a consciência de que temos que trabalhar em prol da sociedade , para a nossa família e também para a preservação dos valores e ética. Acreditamos estar ajudando a sociabilizar os funcionários, e preparando-os para serem no futuro profissionais que façam a diferença no mercado de trabalho e cresçam pensando no bem-estar do semelhante como forma de preservar a vida.
Acreditar
no quadro
Acreditamos que uma empresa hoje para prosperar no futuro tem que pensar no bem-estar do funcionário, fazer com que ele sinta bem no ambiente de trabalho. Nessa medida o funcionário fala em casa, para os amigos, enfim, na sociedade como um todo com orgulho da empresa que ele trabalha. Esta motivação e entusiasmo promovem a empresa e seus produtos como saudáveis e de qualidade. O trabalho em equipe e transparente, trazem com certeza rendimentos na qualidade de vida, nos produtos vendidos e de todos sem prejuízo para o meio ambiente, saúde e sociedade.
E podemos afirmar que todo este trabalho não é um “custo” e sim um investimento na prosperidade.
Número suficiente
à conscientização
Uma pessoa é suficiente, acho que a consciência começa individualmente e ela vai se multiplicando. O número de funcionários não importa. Por exemplo, hoje temos 360 funcionários em média, dos quais 10% participam desse movimento social. Não é todo mundo que tem aptidão, dom, paciência e tempo para trabalhar como voluntário”. Porém existem várias formas de ser socialmente responsável.
A multiplicação
dessa filosofia
Como se depreende da entrevista-homenagem com o José Orlando de Souza, mais um araraquarense que mergulha fundo na comunidade para levantar problemas e apresentar soluções, o trabalho voluntário, de equipe para atender às necessidades de uma entidade faz bem para a pessoa, para a empresa e para os semelhantes.
Está aqui uma receita de felicidade e amor ao próximo. Bastante própria à época natalina. Parabéns à maneira de pensar, sentir e agir deste profissional da Sachs e que essa semente ganhe terreno fértil nas centenas de empresas da nossa região. (Geraldo Polezze e equipe. Republicado em decorrência de omissão no texto original que poderia causar problema à empresa).