Eles entram no meu filme…

O filho da Profa. Catharina e do radialista-advogado Arlindo Barêa foi amado, na mais completa acepção. Um amor na medida do possível, comedido para que o eventual excesso não tivesse viés negativo à personalidade em formação. Coube ao avô Theodoro a tarefa gostosa e reanimadora de “lamber a cria” enquanto a filha dava aula e o genro dava verdadeiras lições de vida ao microfone da ZYR-219, a Rádio A Voz da Araraquarense no informativo Radar de Notícias (7h30) e Phillips em seu Lar (11 horas) gerenciando a emissora nas demais horas com o Arquiteto Paulo Barbieri e Antonio Junquetti, além de secretariar o então deputado Leonardo Barbieri.

O garotinho Sérgio, sempre acompanhou o pai na rádio. Destaque para o programa “Vovô Conta Histórias”. Talvez por isso, o seu primeiro emprego (coordenado pelo diretor Antonio Carlos R. dos Santos), tenha sido o de sonoplasta na Rádio Cultura (comandava os botões da música e os do locutor). De uma forma ou outra, deu-se seqüência ao vôo autônomo que, a bem da verdade, sempre foi estimulado pelos pais que educaram-no para o mundo. Outros serviços (como no Daae, iniciando como auxiliar de escriturário com o Dr. Aldo Benedito Pierri), deram ao homenageado do J.A. o sentido de liberdade enquanto aprimorava conhecimentos e mergulhava no saber jurídico. Sérgio, uma obra burilada, plasmada com amor e que foi sensível aos cuidados paternos. Respondeu com extrema qualidade aos investimentos e conseguiu construir um espírito solidário e coração altamente generoso.

Encontrou a sua cara-metade, tem três filhos e reafirma a máxima: bom filho, bom pai. Um jovem Juiz do Trabalho, titular da 3ª Vara de Araraquara, em busca do coroamento de uma existência ao exarar sentenças com enorme dose humana, sem no entanto se afastar da doutrina e da melhor jurisprudência que objetivam agasalhar direitos de patrão e empregado, capital e a força do trabalho.

Sérgio Milito Barêa aceita o convite para falar sobre sua vida. Sem dúvida, um lição a milhares de leitores. Por isso, vale a pena conhecer alguns detalhes pessoais.

Na EEPG “Pedro José Neto”, a liberdade de decidir

Cursei da primeira a oitava série (tirando a sétima que fiz no Antônio dos Santos). Um fato marcante foi quando perguntaram quem desejava fazer parte da classe mista. Fui um deles, numa valorização da vontade do aluno, num contexto democrático. Em 1977, quando estava no Antônio dos Santos, consegui meu primeiro emprego na Rádio Cultura.

Pai radialista,

advogado com

estágio no MP

O que acho de meu pai? Dá para resumir com duas palavras, apesar do clichê: pai herói. Aquele que quando criança era o meu herói, meu paradigma. O mocinho e o bandido nas brincadeiras, até cavalo que deixa a gente montar. O distanciamento na fase rebelde, na adolescência e, a do amadurecimento, quando a gente passa a dar valor a tudo aquilo que o pai nos ensinou e, quando se vai, o laço rompido destaca ainda mais forte a figura do pai-herói. O herói da nossa infância volta a povoar nossa mente. Então… é o que me acompanha todo dia me aconselha dentro da minha consciência.

Dona Corina,

a professora

Minha mãe é professora, era incumbida de dar as primeiras lições da primeira a quarta série. Dessa categoria exemplar, lembro da carinhosa Professora Corina, do Pedro José Netto.

Faculdade de

Direito

Eu sou da turma de 81, me formei em 1º de fevereiro de 1985. Vale retroceder: trabalhei na rádio até o terceiro colegial, abrindo espaço para me preparar para o vestibular. Fui aprovado para Ciências Sociais na Unesp e Direito na Uniara (na época, Fefiara).

Achava importante me sustentar, sem ficar dependendo dos pais. Queria muito arrumar um emprego. Assim, optei pelo Direito e entrei no Daae, como serviçal.

A realização

profissional

Eu acho que a pessoa que se diz realizada corre um sério risco de intimamente estar se acomodando, como se estivesse chegado ao final da carreira… Me sinto satisfeito com tudo que consegui, tenho vocação no que faço. São 12 anos de magistratura e em virtude disso surgiu um convite para lecionar na Unip, no curso de graduação a convite do Doutor Flávio Nunes. Ele foi meu professor, por isso um grande orgulho ter sido convidado. Encarei como desafio, que me dá muito prazer.

A palavra “realizado” talvez pudesse ser usada agora que fui convidado para ser nome da turma de formandos-2006. Isso me deixou muito emocionado, envaidecido mesmo.

Como encontrou a Neila?

Ela é de Botucatu, veio cursar Odontologia em Araraquara. Um “point” da época era o evento patrocinado pelo D.A. da Odonto, sempre às quintas-feiras. Numa dessas ocasiões encontrei a Neila e foi química pura, coisa de pele, amor à primeira vista.

União de duas

famílias

No casamos em Botucatu, foi a união de duas famílias. Ela passou a fazer parte da nossa família e eu na dela. Até então eu era filho único, passei a ter irmãos. A Neila tem três irmãos que considero também meus: Nei, Nilson e Meutinho, o caçula que tem o nome do pai.

Destaque entre

as pessoas

importantes?

A figura do meu avô materno, Theodoro. Ele foi marcante na minha vida. Ficou viúvo cedo, pois minha avó faleceu quando minha mãe estava grávida de seis meses. Assim, acabei compensando a sua perda. Como minha mãe tinha que trabalhar, até em período dobrado, vinha em casa só para almoçar. Meu pai sempre trabalhou e, assim, quem cuidava de mim era meu avô. Por isso, tenho uma lembrança muito viva, muito presente do meu avô Theodoro Milito. Afora os outros que, como é sabido, estão em meu coração.

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