Eles entram no meu Filme

A vida de um jornalista é inacreditável, sente todo tipo de emoção em pouco tempo. Uma notícia colhida, trabalhada e veiculada, sem críticas, na maioria das vezes não ganha aplauso mas o silêncio é prenúncio de que atingiu o objetivo de informar. Quando tece alguma crítica ou coloca um terceiro emitindo opiniã surge um problemão e pobre do jornalista que não tenha prova daquilo que divulgou. Trata-se de uma profissão especial que dá dor de cabeça e invariavelmente processo por perdas e danos morais, sem falar do aspecto penal. Assunção Cristovão aportou às paragens araraquarenses e fez muitos amigos. Da profissão, uma arte. Tem experiência, é competente, tranqüila e cumpridora dos deveres. Tem sensibilidade para ocupar inclusive a assessoria da Uniara que tem como Reitor o Prof. Dr. Luiz Felipe Cabral Mauro e Pró-Reitor o Prof. Dr. Flávio Módulo. Uma forja de trabalho científico, de prestação de serviço à comunidade e de rico material promocional. A jornalista Assunção Cristovão, pelo saber e vontade de servir, merece o destaque. Assim, torna-se imperioso conhecer sua vida…

“Meu pai e minha mãe moravam numa aldeia em Portugal, eram pastores. Se conheceram, ficaram noivos… foi quando meu pai resolveu vir para o Brasil. Naquela época eles vinham para ganhar a vida, aquela coisa de imigrantes. Só que o meu avô não deixou minha mãe vir porque não eram casados. Ele veio sozinho e depois de algum tempo queria que a noiva viesse, mas, meu avô não deixava: solteira não! Eles se casaram por procuração e ganharam o “sim” do meu avô. Ela veio para o Brasil… a gente morava em Novo Horizonte, sou a quarta dos 5 filhos: tenho três irmãos e uma irmã que mora em Rio Claro.

A volta a

Portugal

Logo após o meu nascimento, meus pais voltaram a Portugal para rever a família. No período de preparação para a viagem meus dois avós faleceram. Um choque especialmente para a minha mãe que sonhava com esse retorno. Chegou e não encontrou seus pais, trouxe as irmãs para o Brasil, duas delas moram aqui em Araraquara.

Meu pai lá em Novo Horizonte, tinha um armazém e começou a trabalhar com a agricultura. Comprou uma fazenda que está lá até hoje e agora pertence a gente. Minha mãe sempre foi dona de casa, era pastora em Portugal e não freqüentou escolas. Fez só o primeiro ano…

Falecimento

de meu pai

Eu tinha 7 anos quando, numa dessas viagens para comprar material para a casa que a gente estava construindo, meu pai sofreu um acidente próximo de Araraquara e veio a falecer. Minha mãe cuidou de todos nós, foi uma vida dura pra ela. Sem o marido e com 5 filhos, o mais velho tinha 13 anos e o mais novo 3. Ela se desdobrou…

Continuou

a cuidar do

armazém

Nessa altura, meu pai tinha trazido um tio de Portugal para ajudá-lo. Devido ao evento natural e triste, ele comprou a nossa parte até porque a gente precisava de dinheiro e continuou com o armazém.

Meu irmão mais velho, depois de algum tempo, começou a cuidar da fazenda… atualmente todos eles trabalham com agropecuária, agricultura. Os três ficaram em Novo Horizonte e atuam nessa área enquanto eu e minha irmã saímos pra estudar em Campinas: ela fez fonoaudiologia e eu jornalismo. Depois de formada vim passar as férias na casa dessa tia que veio de Portugal com minha mãe, a Fátima. Entrei no Diário da Araraquarense só para conhecer e fiquei lá dois anos e meio.

O interior,

minha praia

Na faculdade eu era a única aluna que queria trabalhar no interior, todo mundo queria ir para São Paulo ou Rio de Janeiro. Tive bastante sorte porque acabei de me formar vim pra cá trabalhar. Saí do Diário e assinei contrato com a Rádio Morada do Sol, depois fui cobrir uma licença gestante na ETPV de Ribeirão Preto já que tinha conhecimento de televisão. Voltei para Araraquara para trabalhar na assessoria de imprensa da Câmara, ao tempo do presidente Tadeu Alves. Após o mandato de presidente fui trabalhar com o Clodoaldo Medina, na prefeitura. Tinha o Anael que era assessor de imprensa, eu era auxiliar. Éramos dois na prefeitura… acertei com a Folha de São Paulo onde fiquei 4 anos como correspondente em Araraquara e cobria Ribeirão Preto, sul de Minas e São Carlos.

Me casei e

o tempo…

Nessa época meu casei e achei que estava muito puxado fazer jornalismo diário. Prestei um concurso para a assessoria de imprensa da Federal de São Carlos, passei em primeiro lugar. Fui a primeira jornalista concursada da Universidade de São Carlos onde trabalhei dois anos assessorando primeiro o Reitor Sebastião Curi e depois o Prof. Newton Lima, atual prefeito de São Carlos. Deixei a Federal de São Carlos quando engravidei, fiquei lá até os oito meses de gestação. Sai para ter o Arthur e comecei a achar que seria muito puxado sair de Araraquara às 6h30 e retornar às 19h30. Naquela época não tinha creche, pedi demissão.

Free para

São Paulo

Como estava de volta, com o Arthur pequenininho, me increvi como free na Folha e no Estadão. Fui escalada para uma cobertura do Quércia quando ele ameaçou me processar por causa de uma frase. Ele chegou a publicar um “esclarecimento” de meia página no Estadão. A minha sorte, afora o testemunho de outros profissionais da área, foi uma gravação do pronunciamento feito por uma das emissoras da cidade.

Depois, para fugir dessa vida muito louca, abri uma loja de roupa infantil chamada Gato Xadrez. Muita gente se lembra dela até hoje… fiquei três anos no comércio.

Com convite do Jorge Hisatsuga (Agência Sigma), retornei ao jornalismo empresarial. Fiquei lá bastante tempo até aparecer esta oportunidade na Uniara onde já estou há 6 anos. Aqui trabalho com assessoria de imprensa, também fui a primeira jornalista na Universidade de Araraquara, coordeno o site da instituição, dou aula no curso de Web Designer e estou iniciando um processo de ensino à distância que a Uniara vai começar.

Quem é o

marido?

O meu marido João é professor de Latim no Campus de Araraquara. Logo que vim para Araraquara ele estudava Letras. Ele se formou, prestou concurso e ingressou na Unesp.

Eu morava numa república, com uma moça de Rio Claro. Eles se conheciam, nós fomos a um show da Cida Moreira e fomos apresentados. A gente namorou dois anos e nos casamos em Novo Horizonte. Foi bem legal porque a gente nem pretendia fazer festa de casamento. Mas, foi uma oportunidade de rever os amigos, de estar todo mundo junto. Foi exatamente o que aconteceu, com a presença até de um amigo que morava na Alemanha. Veio na época da histórica queda do Muro de Berlim. Nosso casamento foi em 1 990.

Dois anos após o Arthur nasceu, hoje tem 14 anos. Estamos há 18 anos juntos: 16 de casados e 2 de namoro. Sou feliz e grata por tudo”.

Compartilhe :

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

A poesia é um dom

O leão e a gazela

Ainda Estamos Aqui

Um Brasil Exótico

A verdadeira motivação por trás do banimento da carne do Brasil pelo Carrefour

CATEGORIAS