Efeitos do álcool no feto e no recém-nascido

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Foto: Freepik

Por que devemos divulgar os efeitos do álcool no feto e no recém-nascido? Inúmeros e muito fortes são os motivos:

1 – O álcool é considerado o agente teratogênico mais comum existente na atualidade e a causa mais frequente de retardo mental na criança;

2 – O acometimento do feto e do recém-nascido, conhecido como Síndrome Alcoólica Fetal (SAF) é aproximadamente 100 vezes mais frequente que a fenilcetonúria;

3 – A Síndrome Alcoólica Fetal é uma enfermidade totalmente previsível e, uma vez estabelecida as lesões, não têm cura e duram por toda a vida.

O principal problema é que não se conhecem níveis seguros de consumo de álcool durante a gravidez abaixo dos quais o feto não será afetado. Assim, o consumo de álcool por uma mulher grávida, cuja frequência varia muito, tem grande possibilidade de atingir o feto, levando-o a apresentar alterações em diferentes órgãos, como malformações congênitas, do sistema nervoso central e alterações neuro-comportamentais, que não têm cura, e que são conhecidas como os efeitos do álcool sobre o feto e criança e/ou a Síndrome Alcoólica Fetal (SAF).

De 1 a 3/1000 recém-nascidos vivos podem ser acometidos pela SAF completa, segundo estimativas internacionais. Com base nesses dados, estima-se que anualmente 119.000 crianças no mundo venham a nascer com SAF. Esses dados, contudo, podem estar subestimados! Crianças acometidas pela SAF completa podem nascer com peso abaixo do percentil 10, têm alterações faciais e malformações em vários órgãos como microcefalia e/ou microencefalia, cardiopatias congênitas, distúrbio metabólicos irritabilidade, tremores ao nascimento e retardo mental.

Mas para cada caso de SAF completa há pelo menos dez casos da síndrome parcial conhecida pela sigla FASD de sua denominação em inglês (Fetal Alcohol Spectrum Disorders). Das crianças que não apresentam a SAF completa, sabe-se que podem ter apenas dificuldades na aprendizagem e alterações no comportamento/sociabilidade que somente serão reconhecidas mais tardiamente.

Mulheres que consomem álcool e têm vida sexual ativa, não utilizando métodos anticoncepcionais, se engravidarem podem expor o feto ao álcool, antes mesmo de saberem que estão grávidas. Porém, nunca é tarde para parar.

Publicação do Comitê sobre Abuso de Drogas da Academia Americana de Pediatria (COMMITTEE ON SUBSTANCE ABUSE. Fetal Alcohol Spectrum Disorders. Pediatrics. 2015; 136(5): e1395-406.) reafirma que a exposição pré-natal ao álcool pode lesar o feto em desenvolvimento e é a principal causa PREVENÍVEL de defeitos congênitos, de alterações do neurodesenvolvimento e do desenvolvimento intelectual na atualidade. Reforçam que durante a gravidez NENHUMA quantidade de ingestão de álcool é segura e que todas as formas de álcool (cerveja, vinho, destilados) representam risco semelhante.

Em síntese, tolerância zero para álcool na gravidez!

Núcleo de Estudos dos Efeitos do Álcool na Gestação (SAF) / Sociedade de Pediatria de São Paulo (Flávia Lo Bello (Vérité Comunicação – Assessoria de Imprensa SPSP)

 

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