(EDITORIAL) RECOMEÇAR

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Natal, final e início de ano. Paramos e pensamos: “o que fiz neste ano que termina e o que pretendo fazer no novo que se inicia?” Difícil, não? Parece uma pergunta tão simples, mas não é. Vejamos juntos.
É que estamos dentro de uma bolha, cada um, confortavelmente, olhando para si mesmo, esquecendo-se de que, no nosso entorno, muitos estão pedindo socorro. Mas bom lembrar que fazer caridade não é só dar dinheiro. O primeiro passo, na verdade, é de natureza completamente interna/pessoal: colocar-se na situação do outro (“fazer ao próximo o que gostaria que fizessem a mim”). Isso mesmo: exercer a empatia.
A caridade está em saber ouvir, ficar ao lado de pessoa que está só, mas necessita sentir-se amada e protegida. É saber respeitar vagas de estacionamento para deficientes e idosos. Respeitar filas, não “dando um jeitinho” e tirando o direito de quem chegou primeiro. Deixar um deficiente, uma grávida, um idoso passarem à nossa frente. É parar o carro, quando alguém tenta atravessar na faixa de pedestre. É fazer visita a asilos, doando um pouco de calor humano aos velhinhos. É cumprimentar um vizinho. É respeitar a crença e fé de cada pessoa, inclusive, de quem não as tem. É respeitar a posição política e viés ideológico de cada pessoa.
Somos indivíduos, pensamos e agimos diversamente um do outro. E nem poderia ser diferente. Não impor nossas ideias, sejam elas quais forem, é também sinal de maturidade. O filósofo iluminista francês Voltaire já dizia (frase sempre referida entre defensores da liberdade de expressão): “não concordo com o que diz, mas defenderei até a morte seu direito de dizê-lo”. Ora, ninguém é o melhor na sociedade: somos todos iguais na importância, mas diversos (física e intelectualmente), por natureza, simplesmente porque somos indivíduos.
Precisamos, com urgência, ter mais empatia e respeito com as diferenças. Até porque respeitar quem pensa igual ou está no nosso grupo de convivência é fácil demais. Não nos engrandece em nada.
Não interessa qual sua posição social, política, religião, ideologia, raça, cultura… Somos todos filhos do mesmo Criador. Portanto, irmãos. Mesmo se não acreditar numa força divina (fé), somos produtos de evolução natural e, somente por isso, somos iguais, merecedores do mesmo cuidado e respeito (ética).
Nós, do Jornal de Araraquara, lembrando as lições de respeito e empatia do nosso amado Geraldo Polezze, que partiu recentemente, desejamos a você, querido leitor, um Natal cheio de bênçãos e que venha 2022 com mais amor e saúde. Obrigado por nos seguir nessa empreitada. Muita paz e saúde a todos.

 

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