Está faltando respeito com a população, de modo geral. Este não é um desabafo sobre partidos ou empresas específicas, mas uma reflexão sobre o que parece ser uma repetida falta de consideração para com o povo de Araraquara.
Vejamos o caso recente:
Pouco antes das eleições municipais deste ano, Araraquara foi “presenteada” com o retorno dos voos diários da Azul Linhas Aéreas, ligando o Aeroporto Bartholomeu de Gusmão ao Aeroporto de Viracopos, em Campinas. A oferta incluía quatro partidas diárias de Araraquara e outras quatro saindo de Campinas. A novidade foi motivo de orgulho para muitos, e a cidade celebrou a retomada da ponte aérea.
Um retorno efêmero
Contudo, o entusiasmo durou pouco. Poucos dias após o retorno dos voos, a Azul decidiu trocar a aeronave original, com capacidade para 70 passageiros, por uma de apenas nove lugares, deixando as operações ainda em esquema de sobreaviso — ou seja, a decolagem depende da demanda do dia. E por que a mudança? Simplesmente porque a procura foi baixíssima.
Mas então, qual é a pergunta que não quer calar?
Se em um passado não tão distante a demanda já não foi suficiente para manter a operação, o que levou alguém a pensar que, agora, o cenário teria mudado? Araraquara é uma cidade de médio porte, com uma parcela limitada da população em condições financeiras para arcar com o custo da passagem, que não é exatamente acessível. É difícil não concluir que o retorno dos voos foi uma estratégia eleitoreira.
Lição aprendida
Atualmente, o cidadão valoriza o que é sólido, confiável e bem-sucedido. Não há desculpas para falhas que se repetem. Não se devem criar falsas expectativas. A população está cansada de ser alimentada com meias verdades.
Foto: Tetê Viviani