Quem passa pela Rua Major Carvalho Filho (Rua Zero), onde outrora se localizava a famosa e querida sede do Melusa Clube, sente um aperto no coração ao ouvir o som de demolição. O clube veio ao chão levando consigo mais um fragmento da história de nossa cidade. Para muitos, o Melusa deveria ter sido reconhecido como patrimônio histórico de Araraquara, preservando sua memória e importância cultural.
A História do Clube
O Melusa Clube foi palco de eventos memoráveis que marcaram gerações. Jantares organizados pela Rede Feminina de Combate ao Câncer, animados bailes promovidos pela Fábrica de Meias Lupo, brincadeiras dançantes, carnavais vibrantes, desfiles filantrópicos e competições de futebol amador eram frequentes no local.
Nos finais de semana, feriados e férias escolares, suas piscinas tornavam-se o centro de lazer, especialmente para funcionários da Fábrica Lupo e da Rádio Cultura — esta última também administrada por sócios da fábrica.
A sauna do Melusa era outro espaço de convivência muito procurado, proporcionando momentos de descontração e bem-estar aos frequentadores.
Ficou na Saudade
Assim como o antigo prédio da Rádio Cultura e seu renomado auditório, o Melusa Clube agora é apenas uma lembrança nostálgica.
Tempos modernos? Talvez. Mas história é cultura, e Araraquara – a nossa Morada do Sol – parece estar se distanciando cada vez mais de suas raízes e de uma cultura que valoriza seu passado.
A Família Lupo, que tem suas origens profundamente entrelaçadas com a história de Araraquara, desde o patriarca Henrique Lupo, fundador da Fábrica de Meias, não preservou esses importantes patrimônios históricos, mesmo estando agora em sua terceira geração.
Com o passar do tempo, nossa cidade vai perdendo sua identidade histórica. Hoje, poucos casarões e prédios antigos resistem ao tempo, preservados como testemunhas de um passado rico e significativo.
Lamentável! Futuras gerações certamente questionarão e cobrarão a falta de cuidado e preservação da memória cultural de Araraquara.

Antigo prédio da Rádio Cultura