Editorial

A falência do Estado – que deveria garantir o direito de ir e vir dos trabalhadores, ainda mais jornalista que preserva a confiança da coletividade – torna-se visível quando Tim Lopes, obedecendo pauta da Globo, sobe o morro do Rio de Janeiro para filmar tráfico e sexo explícito, mas, não retorna.

Os agentes políticos, que personificam a esperança do contribuinte que paga e não recebe, conseguem ficar emocionados diante da carta de um filho que lamenta o desaparecimento do pai?

A coletividade não quer lágrimas eleitorais, mas, prática constitucional que reverta essa situação de insegurança a que os pagadores de impostos estão sujeitos.

“Não calem a voz de um repórter que sempre lutou pelos excluídos da sociedade. Que já trabalhou com meninos de rua, operários da construção civil, mendigos, dependentes químicos, presidiários e muitos outros órfãos da Justiça. A sua vida tem sido denunciar as péssimas condições de como a sociedade trata seus filhos. Eu, assim como muitos, admiro seu trabalho e sua coragem de mostrar a dura realidade deste lado obscuro da vida. Meu pai é um porta-voz daqueles que não têm voz. Aquele que dá água a quem tem sede, jornalista, observador das ruas, investigador de denúncias. Não calem sua voz. Faço um apelo para quem estiver ou souber dele: por favor, soltem meu pai. Deixem que ele continue seu trabalho, o de ajudar as populações carentes, a lutar por suas causas. Ele é instrumento do povo junto à sociedade. Deixe que ele dê olhos à Justiça. Essa Justiça que anda cega demais… Pai, estou aí com você, segurando sua mão. Um beijo, seu filho”.

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