Foi divulgado que o prefeito Edinho Silva pretende processar o seu ex-chefe de gabinete, dentre outros. Reclama que teria sido ofendido, no decorrer do embate democrático. Para muita gente, todos os que se colocaram contrários à Taxa do Lixo fizeram-no com uma enxurrada de razões. Notadamente pelo encaminhamento e aprovação do projeto, sem ampla discussão. No apagar das luzes de 2006, sem tempo hábil, a matéria extremamente polêmica acabou aprovada.
Quando se anuncia uma suposta ofensa, ao pavimentar uma interpelação judicial, fica a impressão de que Edinho Silva pretende atingir o seu ex-companheiro do PT, João Farias. Ambos, ao que parece, ainda têm algo para resolver. Todos se lembram que, numa iniciativa inédita e curiosa, o prefeito araraquarense convocou a imprensa para anunciar a saída do até então pilar do gabinete petista. Por que foi dada tanta importância à uma simples demissão de servidor-comissionado? Até hoje a resposta não restou cristalinamente explicitada.
Ao usar o direito líquido e certo de expressar sua opinião, o editorial do J.A. lamenta que um agente político ignore o espaço que toda a imprensa oferece para a proposição de temas ou contraditar os que pensam diferente e vá ocupar o já ocupadíssimo Judiciário. Não obstante seu direito enquanto jurisdicionado. Pode buscar o agasalho judiciário, mas, como detentor de cargo eletivo há mais de 15 anos, não deve.
Alimentar o diálogo com seu notório saber sociológico e experiência da vida pública, visando a politização da coletividade, deveria ser a preocupação central. In caso, sem acreditar que os depoimentos devam ser hierarquizados e que corretos, inteligentes e equilibrados são os que se assemelham aos da autoridade-emissora.
Sabemos que o diálogo, desde que focado sem preconceito, deságua num conteúdo transformador. Por isso, um agente político que aceita a troca de idéia, embora com supostas palavras ríspidas, merece respeito e aplauso ao realimentar os fundamentos da democracia representativa.