(?) Edinho explica

Por que não vende os lotes?

Ivo Martinez Perez pergunta: ao invés de vender aquela faixa de terra da ferroviária por que não vender 800 lotes que a prefeitura tem.

(prefeito) É uma alternativa, o problema é dos 800 lotes que a prefeitura tem. Nem todos eles são passíveis de alienação por venda. Hoje, as áreas verdes são proibidas pelo Ministério Público para qualquer desafetação. A área verde não é aquela que tem reserva, é a que no processo de parcelamento do solo é reservada para ser área verde. Só isso já dificulta muito porque o Ministério Público está sendo rigoroso na preservação dessas áreas. O que acho correto porque poderemos encontrar barreiras no futuro visando tais espaços que podem conciliar preservação e lazer. Além do que outras áreas institucionais são as que a prefeitura não pode se desfazer. Numa cidade planejada, essas áreas vão ter que receber equipamentos urbanos. Vale dizer, temos que pensar não só Araraquara hoje, mas, Araraquara-amanhã.

Outras áreas (tirando esses aspectos), que a prefeitura tem levantado no decorrer dos anos, tem sido vendidas, vem sendo doadas para instituições e ainda outras têm que ser reservadas para doação empresarial. Posso afirmar que aquilo que é possível ser vendido a prefeitura tem vendido e vamos continuar vendendo. Agora nenhuma dessas áreas substitui essa que é da ferroviária. Ela faz frente para a Via Expressa e temos que pensar hoje: a prefeitura tem que levantar recursos para recuperar o Estádio da Fonte Luminosa. Não basta a gente comprar, o estádio tem que passar por várias mudanças e adaptações para atender a nova legislação. E como o projeto da ferroviária é voltar a pertencer à elite do futebol, se nós não tivermos condições de fazer todas as obras necessárias não adianta nada a AFE retornar e não ter estádio para jogar. Pelo ponto de vista comercial, nenhuma área da prefeitura é tão atrativa quanto aquela que hoje está ociosa.

Alternativa

Estamos criando uma estrutura esportiva no Pinheirinho que tornará os campos suplementares da Ferroviária completamente sem utilidade. Isso posto, hoje é insubstituível aquela área para que a gente possa levantar recursos o mais rápido possível e fazer as adaptações que o estádio exige.

A situação da Santa Casa

Até em decorrência de uma audiência pública na Câmara Municipal, outro tema que precisa de esclarecimento do prefeito é a Santa Casa. Enquanto não se pagar, dentro da realidade, o procedimento médico-hospitalar sempre haverá déficit.

(Prefeito Edinho Silva) Primeiro, acho que tem que contextualizar. É impossível entender o problema da Santa Casa sem entender a estrutura do Brasil, como um todo. Senão, vamos ser desonestos na avaliação. Segundo, temos que entender a estrutura das entidades filantrópicas. Elas durante um longo período também se esqueceram de modernizar, de adaptar sua estrutura às mudanças que ocorreram na relação que a sociedade tem com conceito de saúde. Ou seja, nós saímos de uma realidade onde tudo se internava para uma realidade onde hoje se desospitaliza. Isto é, as pessoas são muitas vezes tratadas das enfermidades sem ser hospitalizadas. É um novo conceito de saúde que cresceu na segunda metade da década de noventa até os nossos dias e os hospitais se esqueceram de olhar para essas mudanças e não mudaram sua estrutura. Tem um problema estrutural da saúde brasileira? Tem. Tem um problema de dificuldade de gestão nos hospitais filantrópicos? Também tem. Em nosso caso, a Santa Casa de Araraquara arrasta um problema de endividamento há décadas, isso se estrangulou no momento em que o Ministério Público exigiu que a prefeitura fizesse a intervenção devido à completa precarização no atendimento da saúde. A prefeitura não fez intervenção para resolver os problemas estruturais do hospital, porque não é esse o papel da intervenção. A intervenção foi feita para que a gente garantisse o funcionamento básico do hospital e posteriormente devolvesse o hospital à Irmandade. Foi isso que a prefeitura fez e esse foi o papel que a prefeitura cumpriu. A partir do momento que nós estamos querendo tirar a Santa Casa da crise, isso é um esforço conjunto. Temos que unificar forças em torno da Santa Casa, um problema que todos nós temos que resolver e se nós não tivermos esse ambiente de unidade dificilmente um salvador da pátria vai tirar o hospital dessa situação que ele se encontra. A prefeitura tem cumprido seu papel, nós colocamos o hospital de pé, em pleno funcionamento, devolvemos à Irmandade e a partir daí repassamos equipamentos de mais de 400 mil reais. Nós repassamos recursos financeiros para o hospital, estamos fazendo todo o trabalho de reconhecimento perante aos órgãos federais, estamos trabalhando duramente para o hospital receber essa linha de crédito do BNDS… é importante que se entenda essa linha de crédito: a Santa Casa já pega dinheiro em banco todo mês. Ao pegar dinheiro do BNDS ela vai ter uma carência de 2 anos, o juros é subsidiado, portanto menor que o juros do mercado. Significa que o hospital vai se endividar menos e, nesse prazo, vai começar a pagar as parcelas que serão descontadas do seu faturamento. Parcelas que não vão inviabilizar o hospital. Esse financiamento do BNDS também coloca metas para que o hospital se modernize, para que possa com sua modernização dar conta do pagamento desse financiamento, além do que nós trabalhamos para trazer um curso de medicina para Araraquara.

Isso é bom para a cidade, Araraquara precisava de um curso de medicina e esse curso pode transformar a Santa Casa em um hospital-escola. Reduzindo o seu custeio no momento em que nós tivermos profissionais lá dentro da faculdade trabalhando, fazendo residência, fazendo estágio… são profissionais que o hospital deixa de pagar, além do que a Uniara vai pagar para utilizar o hospital. Como hospital-escola nós ainda temos a perspectiva de aumentar o faturamento.

Então, todos esses movimentos que estão sendo feitos, essas articulações que estão sendo feitas são benéficas para a Santa Casa. Vai resolver o problema? Não. A responsabilidade de resolver o problema da Santa Casa é de todos nós, a cidade toda tem que se unificar em torno do único hospital-SUS e que é referencia regional.

Participe, o prefeito responde.

Mande seu e-mail ou carta para o Jornal de Araraquara, focalize o problema administrativo e espere os esclarecimentos. Transparência que prioriza a informação.

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