Ano Novo
Algazarra nas ruas
Lindas canções
Vivas e hurras…
Multidões sorrindo
Diante do espetáculo, dos fogos de artifícios
Que ilumina a noite
Num pedido de armistício
Suspensão das armas, das hostilidades
Da violência e das atrocidades
Até a manhã seguinte
Quando surge o sol
E caímos na impiedosa realidade…
Bandeira branca
Da passagem do ano
Entre as luzes que explodem no céu
Temos a ilusão de estar no Paraíso
Só ouvimos sorrisos
Abraços, beijos
Promessas e desejos…
Com os fogos explodem sentimentos
Todos com o mesmo pensamento
Desejamos Paz e Amor
E nos abraçamos…
Nos confraternizamos…
E lágrimas de alegria
Caem dos olhos mágicos da fantasia
Impulsionados pela emoção
Agimos com o coração
Sem raciocínio e sem razão
Esquecemos a discórdia
A desilusão, a crueldade e a devassidão
O ano já foi percorrido, passado…
No peito purificado
Brotam raios de esperança
De força, vigor e punjança
É um momento divino e otimista
Tão místico, mas não realista
Aparentemente não estamos sós
Unidos com o mesmo brilho no olhar
Distraídos com a magia no ar
Nos entregamos uns aos outros
E a todos acolhemos num gesto humano
De amor, fraternidade e muita humildade…
E a vida seria mais fácil
Se este momento durasse para sempre
Seriamos melhores…
Não nos envergonharíamos dos nossos atos
Despidos do ódio e da tirania
Nos lembraríamos de admirar
A terra, o sol e o clarão do dia
A luz das estrelas e a calmaria
Das pequenas ondas que batem nas praias
Num vai e vem qual vento nas saias…
E descobriríamos o amor,
Na riqueza extraordinária
Das almas dos homens,
Que parecem insignificantes
Pois não possuem poder e armas,
Não são militantes
São almas ingênuas, alegres e puras
Que abrem as portas do coração
Toda vez que alguém lhes pede a mão
Seria magnífico…
Seria grandioso…
Seria nobre, elevado, majestoso
Se essa reciprocidade, tolerância e igualdade
Se estendesse no tempo de nossa passagem, até a eternidade…
(*) É Pedagoga e colaboradora do JÁ.