No dia 30 de Janeiro se comemora o dia mundial da não violência ativa, o qual coincide com a data da morte de Mahatma Gandhi, líder nacional e espiritual da Índia, assassinado a tiros por um fanático hindu em 30 de janeiro de 1948.
A campanha pela não violência ativa tem por finalidade construir uma sociedade que situe o ser humano como valor central, uma sociedade que afirme a eqüidade como valor máximo entre todas as pessoas, que proteja e estimule a liberdade de idéias e crenças, que reconheça a diversidade cultural dos indivíduos e dos povos e que renegue todo tipo de violência e discriminação.
Falar de cultura é falar do ser humano, da acumulação de sua experiência social e pessoal; de sua obra e do entorno em que ela se desenvolve, e que por sua vez o transforma e é transformado por ele. Na atualidade, a violência tem se apropriado do fazer individual e do fazer coletivo, por meio do dinheiro como valor máximo, gerando uma cultura de consumo, que leva ao vazio existencial e provocando, com isto, o distanciamento da espiritualidade.
O objetivo principal da cultura da não violência é chegar a uma unidade de pensamento e ação ou sentimento e ação em que a relação entre as pessoas seja baseada no respeito. Tais idéias hoje não se realizam na vida diária. Para tanto, é necessária optar por uma pedagogia cuja missão seja basicamente habilitar as novas gerações para o exercício de uma visão plural e ativa da realidade, de maneira que leve em conta o mundo não como uma suposta realidade objetiva, senão como o meio no qual vivem e se relacionam os seres humanos e onde suas ações são passíveis de transformá-lo e de humanizá-lo.
Tornar o mundo humano é torná-lo possível para todos e não só para alguns. É mudar o foco da cultura do consumo, do ter, para a cultura do ser, onde o valor esteja na pessoa e não na riqueza material que ela possui. Tornar o mundo humano é torná-lo lócus de relações sociais baseadas nos valores e princípios da convivência humana tais como respeito, solidariedade, amor, compaixão, benemerência e outros, jamais tendo a violência como saída para os conflitos.
Este era o sonho de Mohandas Karamchand Gandhi, mais conhecido como “Mahatma” (grande alma) Gandhi, que liderou mais de 250 milhões de hindus. Nasceu no dia 2 de outubro de 1869 na Índia ocidental, filho de um pai político e de uma mãe Vaishnavite religiosa. Passou toda a vida defendendo as causas dos pobres e desvalidos, pregando a não violência como forma de enfrentamento das causas fossem elas pessoais ou sociais, não como uma postura piegas e conformista, mas principalmente política, no seu sentido lato.
Grande líder político e religioso da Índia, dizia que "a não-violência não existe se apenas amamos aqueles que nos amam. Só há não-violência quando amamos aqueles que nos odeiam. Sei como é difícil assumir essa grande lei do amor. Mas todas as coisas grandes e boas não são difíceis de realizar? O amor a quem nos odeia é o mais difícil de tudo. Mas, com a graça de Deus, até mesmo essa coisa tão difícil se torna fácil de realizar, se assim queremos. Creio que a não-violência é infinitamente superior à violência, o perdão é mais nobre que a punição. O perdão enobrece um soldado. Mas a abstenção só é perdão quando há o poder para punir; não tem sentido quando pretende proceder de uma criatura desamparada. Um camundongo dificilmente perdoa um gato que o dilacera. A única revolução possível é aquela que acontece dentro de nós."
Rosa Godoy