Os componentes do “Conselho de Usuários da CTA” são bonzinhos mesmo. Bastou a diretoria da Companhia Tróleibus Araraquara e Viação Paraty mostrar a planilha de custos e receber, de imediato e sem contestação robusta, a aprovação para majoração da passagem. São mais 40 centavos por dia que o trabalhador terá que desembolsar. No caso, quantia mensal de 104 reais que é bancada pelo empresário que está com a faca no pescoço: grande parte “vende o almoço para jantar”. O trabalhador, que não é bobo nem nada, sabe que a empresa faz empréstimo bancário ou vende bens para resgatar o fluxo de caixa e oxigenar-se para dias melhores que estão demorando muito para chegar. Com espírito solidário tenta não demitir diante de uma legislação trabalhista ultrapassada e irreal. Não adianta escamotear: estamos todos no fio de navalha, especialmente empresas que produzem no dólar e vendem no real. O resultado é fechamento inopinado, puro e simples ou, juridicamente, uma concordata preventiva. Enquanto legisladores, os impolutos políticos vão bem (obrigado!), pensando em mais uma eleição…
Voltando ao conselho da CTA. Ele aprovou o aumento por 10 a 3, já que 7 não compareceram. Em nenhum momento se perguntou sobre a outorga onerosa que a CTA deveria fazer à Paraty. Os conselheiros passaram em branco, mas, o prefeito Edinho Silva, titular da competência para aumentar a passagem, não pode ignorar essa realidade. Ainda mais que foi autor de “n” denúncias. Como a CTA pode continuar oferecendo linhas à Paraty sem ganhar nada? Isso não pode ser digerido e o prefeito não pode deixar de ler o comentário assinado pelo Elias Chediek Neto, nesta página. Pelo jeito, o único vereador capaz de encarar um tema tão delicado e socialmente importante. Tomara que os outros, sem conhecimento técnico, dêem pelo menos apoio moral.