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Desejo de Ano Novo: sem química não tem física

Estamos em plena época de desejos e votos, época de “tudo de bom”. Entre as duas amigas a prática não é diferente. Nestas ocasiões, costumam augurar-se mutuamente o que podem ter de melhor, fazendo jus a uma amizade de mais de quatro décadas. Em matéria de amor, têm até uma brincadeira em comum – divertem-se desejando-se pessoas especiais, alcunhadas de “filés”.

Nesse ano, voltando da festa da virada, entre os votos, uma esperança: “Quem sabe se 2004 tem filé novo, com um pouco mais de neurônio, se não for pedir muito…” Referiam-se aos seus “respectivos”, um tanto quanto problemáticos em matéria de reflexão e posicionamento diante da vida e dos afetos. Foi a esta altura que uma delas lembrou-se:

“Parece a minha manicure. Veja só que criativa. Ela é viúva e estava eu incentivando um novo relacionamento com o mais novo cabeleireiro do salão quando fiquei surpresa com as suas exigências, mais que calcadas na realidade. Sinceramente, fiquei boqueaberta. O recém contratado é um homaço (homem mesmo, não desmunheca nem um pouquinho), bonito, um pedaço de mau caminho. Conforme eu ia enumerando as qualidades do moço, ela concordava, mas sem entusiasmo, com uma expressão meio indefinida. Tudo bem, acho tudo isso dele, mas acontece que tem que ter mais. Não adianta ser só bonito, tem que ter outras coisas: hoje pago aluguel, o dito cujo tem que ter casa própria; ganho uma miséria e por comissão, só tem chance quem tiver emprego fixo e bom salário; tem que ser mão aberta, porque detesto ter que rachar coxinha com guaraná; não pode ser fumante, o falecido enchia vários cinzeiros e não esvaziava nenhum, a casa inteira fedia a cigarro; tem que ser negro, o primeiro era branco e era uma desgraça. Ah! e, por último, o principal – tem que ter QUÍMICA porque se não rola química, nada de FÍSICA. Ô loco, disse eu, desejo que no próximo ano você baixe um pouco os requisitos em relação a ele e potencialize os teus! O cabeleireiro só passou no quesito cor…”

Rindo feito duas tontas despediram-se, jurando rever os seus próprios requisitos. Em apenas um não havia dúvida, a manicure tinha razão – SEM QUÍMICA, NÃO HÁ FÍSICA. Afinal, ninguém é de ferro. Feliz Ano Novo! (Rosa Godoy)

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