Relatório da CPI das Ferrovias, encerrado em 2010, denuncia o abandono da rede ferroviária no Estado e a ocorrência de roubos e vandalismo contra os bens da extinta RFFSA (Rede Ferroviária Federal) e da Fepasa. No trecho de Araraquara deu para sentir a subtração de fios de cobre e demais peças de sustentação da rede que ofereceu apoio por muitos anos.
A malha ferroviária brasileira tem 28 mil quilômetros. A Agência Nacional de Transporte sobre Trilhos (ANTT) estima, porém, que somente 10 mil quilômetros são competitivos. Os 18 mil restantes são subutilizados ou abandonados. Além disso, 90% da malha têm mais de cem anos. Com o advento da indústria automobilística priorizou-se no Brasil o transporte rodoviário. Vale lembrar que um caminhão transporta até 35 toneladas e um único vagão vale por quatro. Afora desafogar a rodovia estressada e foco de muitos acidentes que ceifam vidas.
Mina de ouro
Economista Marco Josef Barat, na mesma linha defendida pelo nosso deputado Massafera, defende a necessidade de aumentar a participação do modal ferroviário responsável, hoje, por apenas 25% do transporte da carga brasileira. Destes, 90% abrangem 10 produtos com predomínio do minério de ferro (75%). O historiador Ralph Menucci Giesdrecht criticou o modelo de concessão que não exige contrapartidas das concessionárias, como recuperação, ampliação e manutenção da rede. "Antigamente a ferrovia agregava desenvolvimento. Hoje, passou a ser vista como empecilho ao crescimento das cidades", assinalou.
Hidrovia também
O ex-secretário de Estado dos Transportes, Adriano Murgel Branco, deseja maior investimento nas hidrovias e do governo federal, por sua vez, nas ferrovias. "A economia no transporte de cargas amortizaria os investimentos em apenas um ano", comenta do alto de sua experiência.