Milton F.da Rocha Filho
Caso não conte com “um bom serviço de informantes dentro do mundo do crime” as autoridades deverão ter dificuldades em descobrir os autores do roubo do Banco Central, em Fortaleza. É o que disse o especialista em investigações criminais, consultor de segurança há mais de 30 anos, e hoje a frente da Risks Solution, o americano James Wygand.
Para ele, esses informantes podem ter notado algum comportamento diferente, como a compra de equipamentos ou grupos que planejavam alguma ação especial. “A polícia tem que procurar gente do mundo do crime mesmo, para saber o que aconteceu”.
Segundo Wygand, um roubo como o que ocorreu em Fortaleza, não foi planejado em uma mesa de bar. Foi algo muito bem pensado. “Vale um filme”. Principalmente porque roubaram somente notas já usadas, o que impossibilita o rastreamento. “Estas notas podem pingar no Paraguai ou em Estados brasileiros aos poucos. Ninguém vai se dar conta”.
Por isso, explicou o especialista, que ajudou na solução de vários crimes no Brasil, “sem ajuda de informações que a polícia consiga de criminosos, não se chegará aos responsáveis pelo roubo do Banco Central em Fortaleza”.
Wygand recomendou que se investigue se houve cooperação de dentro do Banco Central para a realização do roubo, pois o sistema de alarme foi inteiramente desligado, até as câmeras de televisão. “Ou os próprios criminosos realizaram este trabalho, o que mostra o preparo para o crime.”
Ele afirmou também que “o ladrão sempre deixa uma falha no seu rastro. Pode levar algum tempo para se descobrir os criminosos, mas sempre se chega a eles”.