Centro Técnico de Artes e Ofícios é o vencedor do OP

71 a 44 votos

A escolha da prioridade, como é meridiano, não significa que a urbanização da área dos trilhos ferroviários tenha pouca importância para o futuro urbanístico da “Morada do Sol” que comemora 190 anos de fundação.

A Prefeitura de Araraquara vai investir em 2008 (último ano da administração Edinho Silva) na criação de um Centro Técnico de Artes e Ofícios. A demanda foi eleita por representantes da população, nesta semana (7), na Plenária Temática do Orçamento Participativo. O Centro de Artes recebeu 71 votos enquanto o Projeto Urbanístico para área remanescente dos trilhos ficou com 44.

A idéia do Centro de Artes foi defendida por Christophe Spotto, presidente do Conselho Municipal de Cultura, e foi unificada ao projeto de qualificação profissional proposto pelo restaurador José Sergio. O Centro deve servir para preparar a população de Araraquara para exames de aptidão às universidades de artes. Segundo Spotto, a cidade deve ser uma das primeiras a oferecer esse serviço em escola pública. “Se a pessoa quiser estudar música, além do vestibular, ela vai ter que passar no teste de aptidão. Vai ter que ler partituras, por exemplo. Não existe essa formação em escola pública no país. Somente pessoas que têm condições de pagar por escolas de artes são privilegiadas. Essa é uma deficiência histórica no país”, explica.

O Centro de Artes também vai complementar no município o trabalho realizado nas oficinas culturais que somente entre 2002 e 2004 contemplou cerca de 15 mil alunos. As oficinas culturais têm a função de despertar interesse pela arte e aproximar a população da carreira artística, além da função social. Entretanto, não há uma formação mais técnica. O Centro de Artes vai possibilitar a formação artística.

Para Spotto a arte é uma possibilidade concreta de geração de emprego e esse movimento pela formação artística vai se dar em todo o mundo, devido ao consumo de artes, de produtos audio-visuais, entre outros. “Estamos colocando Araraquara na vanguarda desse processo. Enquanto todos estão se estruturando, Araraquara estará com o projeto pronto”.

O prefeito Edinho Silva destacou que na plenária temática são discutidas e deliberadas prioridades para melhoria da qualidade de vida da população como um todo. “A idéia é projetar a cidade, muitas vezes pensamos naquilo que está à porta da nossa casa. Mas, a idéia é que as propostas tenham sempre interesse coletivo”, enfatizou.

Edinho lembrou das várias conquistas da população. “Quando o Orçamento Participativo foi implantado em 2001, entendemos que só as Plenárias nos bairros não davam conta de todas as demandas. Tínhamos que ter espaço para discutir e contemplar demandas de grupos, como: mulheres, idosos, juventude, afrodescendentes e uma temática para discutir a cidade”. Ao destacar algumas obras provenientes das Temáticas, como o Centro de Referência Afro e o Centro do Idoso, Edinho afirmou que “devemos ser uma das poucas cidades do Estado com estruturas como essas”.

A Temática das Cidades já proporcionou grandes avanços para a população. Dentre eles, o próprio Plano Diretor, a Coleta Seletiva e a revitalização da rua 9 de julho. “Foi numa Plenária como essa que tivemos força política para implantar o Plano Diretor para que Araraquara pudesse crescer e se desenvolver, acabando com interesses privados dentro do poder público. Foi em plenárias como essa que discutimos efetivamente gargalos da cidade, pois, aqui a população delibera, nós reservamos dinheiro e executamos as obras”.

Outra demanda escolhida pela população nas Plenárias da Cidade e cumprida pelo Executivo foi o investimento numa estrutura de urgência e emergência. A Prefeitura e o Governo Federal implantaram a unidade do Melhado, uma das mais aparelhadas e modernas do Estado. Ela completa um ano com mais de 180 mil atendimentos e 15 mil exames. “Temos problemas sim e estão aí para ser enfrentados. Uma cidade que se propõe a ser moderna e progressista deve enxergar seus problemas e desafios. Para buscar o futuro, entretanto, é preciso enxergar os feitos”, completou. (Assessoria de Imprensa)

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