Representantes do governo municipal e de comunidades negras de Araraquara estarão reunidos na quarta-feira (10), às 20 horas, no Centro de Referência da Cidadania, para um debate.
De acordo com o gerente do Centro de Referência da Cidadania, José Francisco Toledo, será a primeira reunião periódica do grupo. “Em encontro no último dia 21, decidimos fixar algumas datas para debater questões como saúde, educação, juventude, mulheres, emprego e renda”, afirmou.
A partir das discussões, o grupo formulará propostas que serão aplicadas pelo poder público. “Essa é a primeira vez que há uma disposição do governo municipal à discussão da situação atual da população negra, das possíveis causas e soluções a serem buscadas”, destacou Toledo.
Para ele, as desigualdades raciais na educação existem, principalmente, pela ausência de uma política de apoio e estímulo à permanência do negro na sala de aula.
“Não temos dados oficiais, mas notamos que é grande o número de crianças negras que não concluem o Ensino Fundamental. Maior ainda é o número de adolescentes negros que não terminam o Ensino Médio ou uma faculdade. Isso não ocorre por falta de acesso ao ensino básico, mas por diversos fatores, como a necessidade de trabalhar mais cedo para ajudar no orçamento da casa e inadequação do conteúdo do ensino”, frisou Toledo.
Entre os elementos que “expulsam” essas crianças da escola, pode-se destacar o racismo, a falta de imagens do negro em livros didáticos ou o uso quase sempre de forma negativa. A maneira depreciativa com que se trata a população negra faz com que o estudante se afaste da escola e não se identifique com ela.
Inclusão
Com o objetivo de favorecer a inclusão social, o Centro de Referência da Cidadania desenvolve trabalhos voltados à comunidade.
Através do telefone 235-8005, oferece um serviço voltado não só para denúncias de discriminação como para a orientação em relação aos casos jurídicos.
Segundo Toledo, o número de ligações é pequeno. “As pessoas discriminadas ou que sofrem algum tipo de preconceito não têm coragem de denunciar. Embora muitas acreditem que a discriminação é normal, queremos que entendam que não há nada de normal e que é preciso denunciar e incentivar ações que minimizem ou eliminem a discriminação racial”.
Serviço:
O Centro de Referência da Cidadania funciona à Rua São Bento, 1728.