A mestra formada pelo tradicional Curso Normal e, pela andança de escola em escola, conseguiu formar uma bagagem extraordinária em decorrência, também, das inúmeras crianças que passaram por sua observação e ensino formal. Além do conhecimento reciclado ao longo dos anos.
Maria Celina Sério Silva nasceu em Santa Rosa do Viterbo, filha de Antonio Sério e Dioleta Lopes. Formou-se em 1951 pela Associação de Ensino hoje Unaerp, em Ribeirão Preto onde completou o Normal e, no Colégio Santa Ursula, fez o Curso Clássico. Indicada pela colaboradora Sarah Coelho, concede entrevista que merece ser conferida.
JA – Que tipo de escola mais trabalhou: rural ou urbana?
Trabalhei na zona rural onde fiz pontos com o curso de Adulto Voluntário durante 2 anos, ingressei em 1965 numa escola isolada em Irapuã chamada Bairro da Grota onde fiquei 2 anos, dei aula depois 2 anos numa escola de São Paulo chamada Educandário Santa Terezinha em Carapicuíba, escolhi depois Três Fronteiras onde fiquei 5 anos. Rincão em seguida, no Grupo Capitão Moraes e, por último, Araraquara na EEPG “Antonio Lourenço Corrêa”.
JA – Houve muita dificuldade?
MCSS- Não tive dificuldade em lecionar porque ao concluir o Curso Normal saí com uma boa experiência de alfabetização, adquiri uma boa bagagem com aulas de estágio e material didático. Essa experiência foi prazerosa e me trouxe muita alegria.
A sua primeira escola em Araraquara…
Foi a EEPG “Antonio Lourenço Corrêa”, na Vila Xavier, onde trabalhei até a minha aposentadoria, em 1989.
Que série mais lecionou e gostava?
A série que mais lecionei foi a 1ª série com 20 anos de trabalho, depois na 4ª série. Mas, onde eu me realizei como professora foi na 1ª série.
Que diferença há entre escola rural e urbana?
Na escola rural, o professor faz papel também de diretor. Ali o professor trabalha com 3 séries ao mesmo tempo, com crianças carinhosas, algumas tímidas, outras com dificuldades como transporte, falta de material, num prédio quase sempre precário. Na zona urbana é bem mais fácil porque as condições da escola são melhores e o ensino para uma classe única.
Uma experiência marcante, como professora.
A experiência que mais marcou a minha carreira foi em S. Paulo no Educandário Sta. Terezinha, no município de Barueri, onde todas as crianças eram filhas de leprosos. Eram carentes, com problemas de saúde. Eu me dediquei 3 anos de corpo e alma a elas.
Usou algum método de ensino ou foi na raça e coragem formando seus próprios métodos?
Durante vários anos usei um método de alfabetização, dado por uma professora competente que alfabetizava com fichas, cartazes, brincadeiras na sala de aula. A cartilha era feita pelas crianças através de fichas. Com o tempo adquiri o meu próprio método com perseverança e dedicação onde obtive muitas alegrias e resultados positivos.
Caso fosse lecionar, hoje, que método usaria?
Hoje procuraria usar um método mais moderno e eficaz, onde as crianças participassem com mais dinamismo, de acordo com a realidade atual.
Continuou os estudos, em que área?
Depois de vários anos continuei meus estudos e iniciei o curso de Pedagogia na Uniara e me formei em 1974, com todas as habilitações. Em Matão, lecionei Filosofia, Sociologia, Didática e também na Escola Industrial lecionei matéria pedagógica.
A pedagogia foi importante para sua carreira?
Foi porque possibilitou a aquisição de maior bagagem pedagógica e favoreceu a admissão como Assistente de Direção que me trouxe benefícios profissionais e financeiros.
Quando assumiu a direção da escola, encontrou dificuldade?
Substituí o diretor várias vezes e não encontrei dificuldade, pois os anos de experiência contribuiram para que eu tivesse êxito no cargo.
Como eram os alunos antigamente?
Eram crianças dóceis, obedientes e aceitavam mais a orientação dos mestres. Os alunos de hoje são bons, mas, muito independentes devido ao progresso tecnológico de ensino.
Como vê as alunas do Normal Superior da Uniara, cheias de técnicas e informática?
Pelas informações que tenho dos alunos do Curso Normal Superior, eles estão entusiasmados com o ensino bastante dinâmico, com técnicas modernas, com aulas de informática propiciando o desenvolvimento do raciocínio e mais ainda contando com um corpo docente excelente.
Como vê as relações interativas em sala de aula?
As relações entre professores e alunos do Curso Normal Superior são muito boas porque os professores são eficientes, capazes e transmitem de uma forma agradável o conteúdo.
Família, a criação é importante para o aluno?
A família é muito importante na formação do educando porque as primeiras noções de comportamento e caráter são transmitidas pelos pais e parentes próximos.
Até onde vida espiritual é importante?
A vida espiritual é importante porque se deve dar ênfase ao ser superior que dá sentido à nossa existência.
Que tipo de mensagem passaria para as professoras?
Tenham fé em todo o empreendimento que fizer, pois só terá êxito aquele que acreditar no que faz.
Um conselho …
Os alunos deverão desenvolver o curso com bastante seriedade e dedicação para alcançar um resultado positivo. Não devem transformar o curso em mero passatempo, sem nenhum compromisso.