Texto de Marcos Valerio Murad,
Marcelo Correa, Benedito Salvador
Carlos, Jose Pedro Renzi e
Alvaro Guedes
Estamos certos de que todos os moradores de Araraquara, sensíveis à arte cinematográfica, gostariam de contar com um cinema no centro da cidade. E achamos que a sala do Cine Coral poderia ser a escolhida, por ficar no bairro do Carmo, local próspero e movimentado, atual zona boêmia do município, região em que se concentram restaurantes e bares onde o público estudantil é imenso.
Moramos há mais de 50 anos no bairro. Lembramo-nos das matinês aos domingos no Cine Coral. Assistíamos a dois filmes que iam das duas às seis da tarde. À noite, a sessão era mais frequentada por casais de namorados. Era inquietante abrirmos as cortinas e depararmo-nos com aquela plateia gigantesca que comportava 1.200 assentos.
Araraquara, pujante, crescendo a olhos nus, é uma das poucas cidades que ainda não desenvolveram nenhum plano de restauração de cinema. Várias já realizaram tal projeto: São Paulo, Santo André, Sorocaba, Ribeirão Preto, São Carlos e Bocaina. Em São Carlos, por exemplo, a prefeitura desapropriou o prédio e, depois, negociou com a proprietária, pagando-lhe um valor justo: 700 mil reais. O poder público restaurou a sala de cinema e entregou-a à iniciativa privada.
Confiamos em nossas autoridades porque conhecemos o espírito cultural de nossa gente.