Câncer ósseo: Raridade da doença dificulta diagnóstico precoce

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“Abril Amarelo” alerta conscientização e ABOO ressalta importância da campanha

O mês que se inicia é marcado pela campanha “Abril Amarelo”, que tem como foco o câncer ósseo. Embora seja um tipo raro – representa apenas 2% do total de cânceres diagnosticados – os esclarecimentos se fazem de extrema importância, uma vez que a raridade da doença é a principal dificuldade para o diagnóstico precoce, com sintomas que podem ser confundidos com outras afecções mais comuns. Por ano, estima-se uma incidência de 6.300 casos novos da patologia.

“Tumores músculo-esqueléticos são raros. Embora estes tecidos compreendam 75% do peso corporal, tumores malignos representam menos de 1% das neoplasias em adultos e 15% em crianças. Diante disso, há dificuldade de um diagnóstico precoce, que está intimamente relacionado com o prognóstico do paciente”, fala o presidente da ABOO (Associação Brasileira de Oncologia Ortopédica), Edgard Engel.

O especialista pontua que muitos pacientes com tumores ósseos malignos são diagnosticados tardiamente, apresentando lesões extensas que impossibilitam o tratamento de preservação do membro e com comprometimento da sobrevida.
Como os ossos são responsáveis por dar apoio e sustentação ao corpo, o câncer ósseo manifesta-se, principalmente, pela dor durante o apoio ou as atividades. Outro sinal frequente é a formação de uma massa dura e de crescimento rápido que, geralmente, pode ser palpada. “É muito comum o paciente relacionar o aparecimento dos sintomas com traumatismos e contusões. No entanto, quando a dor e o aumento de volume não cedem com o tratamento inicial ou progridem com o tempo, é necessário repetir o exame clínico e realizar uma radiografia. Eventualmente, a radiografia faz o diagnóstico de uma doença agressiva e que merece avaliação especializada”, explica Engel.

Na população infantojuvenil, o câncer ósseo é o terceiro mais frequente, depois das leucemias e do câncer do cérebro.
No adulto e no idoso, a parte óssea constitui foco muito importante de disseminação do câncer de outros órgãos – as metástases ósseas.

TRATAMENTO ESPECIALIZADO

O presidente da ABOO ressalta a necessidade de que os médicos sejam mantidos informados sobre a questão do câncer ósseo já que, por se tratar de doença rara, muitas vezes profissionais têm dificuldade de saber qual é a melhor conduta para o tratamento.

Além disso, o especialista salienta, ainda, a importância de centros especializados em ortopedia oncológica. Nos países desenvolvidos, o tempo médio para o diagnóstico de tumores malignos e´ de seis semanas após o aparecimento dos primeiros sintomas. Já no Brasil leva-se o dobro do tempo. “O cenário de atraso no diagnóstico e tratamento pode estar associado a fatores como raridade da doença, falta de conhecimento mais aprofundado do médico e dificuldade de acesso a centro especializados em ortopedia oncológica”, diz Engel.

O especialista lembra que não há muitos dados na literatura que tratam de centros especializados em tumores musculoesqueléticos ou do acesso da população a esses especialistas, e isso piora quando se trata de países subdesenvolvidos. “Identificar os grandes centros especializados permite, além de conhecer o perfil da atenção à saúde, adotar políticas públicas para otimizar o acesso e distribuição da população aos especialistas”, pontua Engel. “Assim, é possível melhorar a assistência, realizando diagnóstico precoce, evitando sobrecarga de serviços e diminuindo a mortalidade e morbidade dos pacientes com tumores musculoesqueléticos”, conclui o presidente da ABOO.

Sobre a Associação Brasileira de Oncologia Ortopédica (ABOO)

A Associação Brasileira de Oncologia Ortopédica (ABOO) agrupa ortopedistas oncologistas ou onco-ortopedistas, responsáveis por avaliar e tratar pacientes com tumores primários e metastáticos dos tecidos ósseos e moles.
A entidade é responsável pela realização do Congresso Brasileiro de Oncologia Ortopédica, considerado o maior evento de tumores musculoesquelético do Brasil. Neste ano, a atividade chega a 12ª edição e acontecerá de 27 a 30 de abril, em Gramado, no Rio Grande do Sul. Palestrantes nacionais e internacionais trarão vasto conteúdo para atualização dos congressistas, como os avanços no diagnóstico por imagem, novidades no tratamento dos sarcomas ósseos e de partes moles, tumor desmoide, metástases ósseas, entre outros assuntos.
O congresso será precedido pela prova de título de especialista em ortopedia oncológica, no dia 27 de abril. (Assessoria de Imprensa – Predicado Comunicação – [email protected])

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