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Boicote ao chefe dá prejuízo

Autora francesa vira best-seller com livro em que mostra como não trabalhar. O tema de valia indiscutível foi inserido na edição da Revista Época, dessa semana (Ed. 355), devendo chamar a atenção de chefe – funcionário como os demais – que tem a aleivosia, a fantasia de ter engolido um rei. Esse “Rei da Cocada Preta”, quase sempre dotado de uma apoteose mental, é pernicioso ao embiante que visa estimular o círculo virtuoso. Justamente porque ele é a fonte degenerativa, a razão de estresse do pessoal. Notadamente dos auxiliares diretos que não aceitam as “patadas” tolas e inconseqüentes.

É cristalino que, a partir do momento que deseja tripudiar sobre seus comandados, esse falso líder aborta a vontade trabalhar dos demais pilares da empresa e a produtividade vai para o lixo.

Antes que a empresa sofra a consequência de um relacionamento maléfico, o chefe inteligente se toca e muda seu jeito de agir. Se não por moto próprio, certamente, será obrigado pelos seus superiores hierárquicos. Se ninguém se tocar, invariavelmente, a derrota será a marca registrada deste grupo.

“A psicanalista Corinne Maier arranhou a imagem do mundo corporativo francês ao lançar, no fim do ano passado, um livro polêmico que descreve com ironia e cinismo as relações de trabalho no mundo moderno. A autora de Bom Dia, Preguiça! não é uma defensora da vagabundagem. Ela acredita que fingir trabalhar é uma forma de boicotar as empresas.

Se várias pessoas fizerem isso, o sistema entrará em colapso, diz. O livro já vendeu mais de 500 mil cópias na França e acaba de chegar ao Brasil. Corinne deu a seguinte entrevista a ÉPOCA NEGÓCIOS.

Época – Como uma pessoa pode trabalhar o mínimo possível e ainda manter-se no emprego?

Corinne Maier – Muita gente sobretudo nas grandes empresas, finge trabalhar. Mas, de fato, eles não fazem nada ou fazem coisas inúteis. No livro, dou conselhos para pessoas que querem fazer isso. Se várias pessoas fingirem trabalhar, o sistema entrará em colapso. É uma forma de revolução.

Época – Mas é complicado, não? O risco de ser demitido é grande.

Corinne – Você tem que encarnar um personagem que trabalha muito, que carrega relatórios debaixo do braço, leva trabalho para casa e fica no escritório até tarde. No mundo moderno, você não sabe o que as pessoas fazem exatamente. Às vezes, gasta-se o tempo vendo idéias totalmente vazias.

Época – A senhora já tentou fingir?

Corinne – Não sou boa atriz. Mas vi muita gente fazendo isso bem. Meu chefe, por exemplo, faz isso há anos.

Época – A senhora continua trabalhando para a EDF (Életricité de France)?

Corinne – Sim, mas nosso relacionamento está difícil. Eles me odeiam porque escrevi coisas não muito agradáveis sobre grandes empresas. Só não me demitem porque devem estar com medo da repercussão.

Época – Para manter-se emprego, é importante seguir o grupo?

Corinne – Se você se comporta de um jeito diferente, as empresas perdem a confiança. É preciso falar a língua de firulas, ter as mesmas idéias para não ser excluído.

Época – A senhora acredita que a competição acirrada torna os empregados menos corajosos?

Corinne – Eles são mais pressionados e algumas vezes sentem-se tratados como objeto. É por isso que as pessoas andam tão desmotivadas. É por isso que os programas de motivação se multiplicam”.

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