ANA PAULA RIBEIRO
O preço dos combustíveis não deve subir em 2005 e há até a possibilidade de uma redução ao longo do ano, segundo avaliação da ata da reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) que elevou os juros básicos brasileiros de 17,25% para 17,75% na semana passada.
Considerada pessimista, a ata do Copom afirma que os juros deverão continuar altos por um longo período em 2005 e podem inclusive subir para fazer a inflação convergir para a meta ajustada de 5,1%.
A previsão sobre a gasolina leva em conta a queda no preço do petróleo no mercado internacional –que hoje é comercializado pouco acima de US$ 44 o barril, após ter sido vendido a mais de US$ 55 neste ano.
Também considera o impacto dos reajustes feitos no mercado doméstico neste ano –no último dia 25, a Petrobras anunciou um novo reajuste para os combustíveis. A gasolina subiu 4,2% nas refinarias e o óleo diesel, 8%.
“No campo doméstico, com os aumentos recentes nos preços dos combustíveis, a hipótese básica com a qual o Copom trabalha é a de que não ocorram novos reajustes em 2005. Caso venha a se materializar um cenário relativamente mais benigno para os preços do petróleo no mercado internacional do que o cenário básico de trabalho do Copom, é possível, inclusive, que surja espaço para que os preços domésticos dos derivados sofram alguma redução ao longo do próximo ano”, diz a ata da última reunião do comitê, divulgada hoje.
Por conta dos reajustes da Petrobras, o BC elevou de 9,5% para 13% a previsão de alta nos preços da gasolina em 2004.
No caso do reajuste de gás de botijão, a projeção passou de 5% para 6,5%. Para 2005, o reajuste desse item também deverá ser zero na previsão do Copom.
Para a energia elétrica, a previsão é que as tarifas subam 9,5% no ano que vem. Já a previsão para o aumento dos preços da telefonia fixa é menor, 7,7%.
Em relação ao reajuste de todos os itens administrados por contrato e monitorados, o Copom reduziu a previsão de 7,2% para 6,7% em 2005.