Avaliação: um olhar que faz toda diferença

Maria Aparecida Araújo Mantoanelli (*)

Para falar de avaliação e como acontece o Sistema de Avaliação na Escola Maria Imaculada foi preciso lembrar de uma frase: “Cada leitor é co-autor. Porque cada um lê e relê com os olhos que tem. Porque compreende e interpreta a partir do mundo que habita” (Boff, 1997).

Esta frase mostra claramente que a avaliação é uma questão cultural de concepção de mundo, de educação e qual formação queremos dar aos nossos alunos. Partimos do seguinte ponto: O que é mais importante, quanto o aluno tirou ou o que o aluno aprendeu?

Todo o foco do nosso trabalho está na aprendizagem. Avaliar aquilo que ocorreu no dia-a-dia, é este gesto que melhor define nossa prática. É a capacidade de refletir no que aconteceu para fazer melhor, mudar, tomar uma atitude, questionar o motivo de um determinado aluno não estar aprendendo. Outro dado importante é levar em conta a realidade da sala de aula. Na Escola Maria Imaculada, uma das vantagens é que trabalhamos com um número reduzido de alunos, o que permite ao professor refletir junto com o aluno e estabelecer objetivos de conhecimento para cada um. Entendemos nosso aluno como um ser total que tem habilidades, competências, que se relaciona com outras crianças e pessoas, interage com o mundo; é um aluno contextualizado porque ele tem acesso aos meios de comunicação e tem informação; é participativo, isto é, ele quer ser agente, quer fazer; é apaixonado porque é afetivo, tem dificuldades de administrar suas emoções, conflitos; ou é individual, pois apresenta dificuldades na escola de ser social, de compartilhar, brincar em grupo.

Para compreender a avaliação desse modo: avaliar para redimensionar sua prática através de ações contínuas, permanentes e cumulativas, é avaliar para ensinar melhor. É um modo de avaliar para não excluir ninguém do processo. Também é preciso ter educadores que acreditem que possam mudar.

Temos sim, um Sistema de Avaliação diferenciado e também temos provas no Ensino Fundamental. Mas, como? A realidade não é contraditória?

O ato de avaliar é uma prática diária e a função de nossa equipe é diagnosticar e propor mecanismos que reorientem sua prática, para que os objetivos do conhecimento sejam alcançados. É um ato que exige um “novo olhar” porque todos são capazes de aprender a partir de uma reflexão e ação.

(*) É Pedagoga e Pós-Graduação em Planejamento de Organizações Educacionais pela UNESP e Diretora da Escola de Educação Infantil e Ensino Fundamental Maria Imaculada.

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