Araraquara ganhou com o usineiro Nelson Afif Cury espaço na Globo e na Folha de São Paulo. Não vamos focar os veículos da cidade porque todos deram a atenção que poderia merecer a prisão de um contribuinte que teria deixado de cumprir suas obrigações e praticado uma série de ilícitos.
Na FSP a notícia de que “o Ministério Público Federal pode processar criminalmente funcionários da Polícia Civil pela transferência supostamente irregular do usineiro Nelson Cury para um hospital.
Segundo o procurador Osvaldo Capelari Júnior, ele estuda a abertura de um inquérito por corrupção passiva dos funcionários da Cadeia Pública de Araraquara que teríam levado, sem autorização, o usineiro para o Hospital Beneficência Portuguesa”.
Um balão de ensaio que desagrega o poder policial e dá a impressão de que as autoridades batem cabeça e, nesse clima, acabam por favorecer os marginais que, muito à vontade e com indiscutível competência, deixam aos cidadãos a idéia de um Estado fragilizado e pouco criativo para garantir a segurança e o direito constitucional de ir e vir, sem traumas.
O Procurador Capelari assevera que “o preso só pode ser levado em caso de extrema necessidade”.
Enquanto isso, o diretor da cadeia, delegado Arnaldo José D’Avoglio Filho, na mesma notícia da FSP, faz constar que “fez a transferência porque o preso estava passando mal”. E indaga, registrando que essa ação é praticada a toda hora, com todos os presos: “e se ele (Nelson Cury) morre na cadeia, como ficaria?”.
O delegado não é médico e, diante da manifestação do preso, agiu da melhor forma. Se o Dr. D’Avoglio deixou de cumprir alguma determinação burocrática, em seguida à providência para salvaguardar a vida de terceiro, isso poderia ser tratado entre colunas. A respeitável presunção da autoridade federal não deveria ter sido publicada, pois, s.m.j., coloca azeitona na empada dos inimigos da sociedade.
Na Globo, com reportagem sobre a permanência do usineiro no hospital, a matéria foi fechada aduzindo-se que seus advogados estão tentando levá-lo para São Paulo a fim de fazer cateterismo “porque esse tipo de exame não é feito em Araraquara”. Isso, sabemos, não é verdade. Temos equipe de notório saber na Santa Casa de Misericórdia e no Hospital São Paulo.
Portanto, dois aspectos que poderiam ter sido evitados no episódio da prisão desse contribuinte-usineiro. Vale dizer, todos nós acabamos perdendo um pouquinho…