Atelier Amarelo abre as portas

Artistas Plásticos do interior terão 5 bolsas de estudos

Um espaço de imersão total na arte. É assim que os curadores do Atelier Amarelo, da Secretaria do Estado da Cultura, definem esse projeto. O Atelier, que já abriu suas inscrições para a edição 2007, com o tema “Cidade, Corpo Radial” é um projeto de residência para artistas plásticos da capital e do interior, com duração de cinco meses, coordenado pela Unidade de Preservação do Patrimônio Museológico (UPPM). A curadoria, encabeçada por Maria Bonomi, inclui nomes como João Spinelli e Cildo Oliveira.

Os selecionados terão um espaço cedido pela Secretaria, num casarão antigo no número 23 da rua General Osório, aberto à visitação pública. São nove estúdios, com banheiros privativos, uma sala para administração, um salão para convivência coletiva, uma portaria, telefone comunitário e suporte técnico. Ali eles convivem com outros artistas e com os curadores do projeto.

Estilo novo

“Não damos aulas, mas discutimos o projeto das pessoas”, explica Cildo Oliveira. O bolsista já chega com assunto e técnica definidos para seu trabalho; mas, segundo Cildo, não é raro que o projeto, em contato com o ambiente criativo do Atelier, mude radicalmente. Outro aspecto importante do programa é o diálogo com a cidade de São Paulo e especialmente com o bairro da Luz, onde está sediado. “Numa cidade grande, em geral se estabelece um diálogo entre o centro e a periferia, com troca de informações, conhecimento, história”, diz João Spinelli. Daí a importância de recuperar uma região central histórica como a Luz, para que esse diálogo não fique prejudicado. Em edições anteriores, houve um projeto que trabalhava com a identidade de moradores de rua; outro ainda que propunha o reflorestamento da praça em frente à atual Pinacoteca antigo DOPS, Departamento de Ordem Social e Política, todo com plantas vermelhas, lembrando a trajetória dos presos políticos que por ali passaram.

Chance de ouro

Os participantes do Atelier Amarelo fazem a maior propaganda do projeto. Para o pintor Henrique Oliveira, que esteve na edição de 2005, o Atelier propiciou um tempo diferente de produção, “mais lento que o das exposições, e um pouco mais acelerado do que o de um atelier próprio. Meu trabalho, ali, teve um ponto de inflexão muito importante”, diz ele, que transformou seu estúdio no local numa instalação. O artista plástico Márcio Donasci, que foi selecionado para participar do projeto em 2006, e criou na residência o seu Outzider, usou o entorno do bairro como matéria-prima de seu trabalho. “É uma região pesada, que te contamina, mais ou menos como no trabalho de Maria Bonomi, Infecção da Memória”, lembra. Donasci, que criou até comunidade no Orkut para divulgar o Atelier, diz que se possível participaria de novo do projeto. Mas a vez, agora, é de outros artistas…

Serviço

As inscrições vão até o dia 1º de agosto. Para participar é necessário apresentar um projeto à Secretaria (o edital está em www.cultura.sp.gov.br). Ao todo, serão selecionados nove projetos de artistas, sendo cinco do interior e quatro da capital. Os interessados devem retirar as fichas de inscrição e o edital na Unidade de Preservação do Patrimônio Cultural dos Museus, setor de expedição, à Rua Mauá, 51, 2.º andar, sala 201, Luz, São Paulo, das 10h às 17h, de segunda a sexta-feira. O candidato também poderá se inscrever pelo correio, imprimindo o edital e as fichas de inscrição pelo site da Secretaria da Cultura: www.cultura.sp.gov.br. Cada artista poderá concorrer com apenas um projeto. (Dóris Fleury – doris@completo.com.br Tel. (11) 3351-8166)

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