Fotos: Equipe JA
Texto Érika Sirino
“Os artistas, os verdadeiros artistas, não envelhecem e não morrem jamais”.
A declaração é da professora Teresinha Bellote Chamam durante o coquetel de abertura da exposição “Escola Belas-Artes de Araraquara”, uma iniciativa do Jornal de Araraquara e da Prefeitura Municipal, através da Secretária de Cultura do Município e da Fundart, com o apoio do Sindicato do Comércio Varejista e Colégio COC.
Idealizadora do projeto, Teresinha ressaltou a sua satisfação e “privilégio” por ter escrito e resgatado a história da Escola Belas-Artes e de sua primeira turma, formada por Arthur Batelli, Astir Jorge, Ernesto Lia, Francisco Amêndola da Silva, Judith Miguel Lauand, Julieta Graziato, Lucila de Toledo Mezzotero, Maria Cecília Monteiro de Barros Negrão, Rosalina Marasca, Sidney Rodrigues, Wilma Teresinha Toledo e Yolanda Corrêa de Toledo.
Além dos alunos, seu trabalho destacou a importante participação de diretores, professores e funcionários: Mário Ybarra de Almeida, Hélio Morganti, Guelfo Oscar Campiglia, Alberto Romagnoli, Aracy Nogueira, Domênico Lazzarini, Gennaro Granata, Joaquim Ayrton Pezza, Lafayete Carvalho de Toledo e Oswald de Andrade Filho.
“A cada semana, a cada página que escrevia no Jornal de Araraquara, sentia-me enriquecida ao saber que muitos amantes das Belas-Artes, novamente, estariam tendo a oportunidade de revê-los”, revelou.
Quem?
Para a professora Teresinha, o artista é um ser social que busca exprimir seu modo de estar no mundo, na companhia de outros seres humanos. Reflete-se sobre a sociedade que volta-se para ele para criticá-lo, afirmá-lo ou superá-lo.
“O artista não é um gênio criador solitário e sim solidário. Por ser solidário, não conta em seu jardim as folhas que tombaram, nem os perigos enfrentados. Por ser solidário, conta a noite pelas estrelas, a vida pelos triunfos”, declarou Teresinha.
Em seu discurso, representando o JA, afirmou que o artista é aquele que fixa e torna acessível aos demais humanos o espetáculo de que participam, sem perceber. “A obra de arte dá a ver, a ouvir, a sentir, a pensar, a dizer. Nela e por ela, a realidade se revela como se jamais a tivéssemos visto, ouvido, dito, sentido ou pensado”.
“Estamos vendo a arte da qualidade. Ou a qualidade da arte?”
O secretário Municipal de Cultura, Lauro Monteiro, após agradecer em nome da cidade o que foi feito pela Cultura e pela Arte, em âmbito nacional e internacional, com a abertura da Escola Belas-Artes de Araraquara, disse que “arte de qualidade foi instaurada naquele momento, por meio do pensamento e ação daqueles que souberam fazer uso de seus conhecimentos, para implantar novas formas de valor e expressão, mudando comportamento e que serve de referência para todo universo artístico-cultural, até nossos dias”.
Lauro Monteiro, que contou com o trabalho da mais alta qualidade da Euzânia, da Gilsamara, Cecília e outros colaboradores, destacou a oportunidade de reunir, no saguão do Teatro Municipal, as obras e alguns dos artistas que marcaram “definitivamente” a história da arte no município.
“Nada poderia representar o que queremos nesse momento, no entanto, fica registrado nosso sentimento de gratidão nesta carta, forma singela de reconhecimento, às pessoas que construíram uma arte tão forte que atravessa não só fronteiras geográficas, mas que serve como referência para muitos cidadãos que hoje anseiam caminhos semelhantes”, finalizou.
“Ficamos felizes com a parceria”
O prefeito Edinho Silva, ao ser chamado pelo radialista Tadeu Alves, apresentou, com força e peito aberto, a sua satisfação em presidir uma solenidade tão significativa, tocante e histórica.
“Essa página que estamos escrevendo, nesta noite, com tanto carinho, é um marco das artes de Araraquara que, certamente, pontificará em qualquer trabalho que, com lealdade, vai procurar retratar a nossa caminhada”.
Coube ao presidente do SCVA, Ivo Dall’Acqua Júnior, tecer comentários a respeito da Escola de Belas Artes, demonstrando profundo conhecimento de sua trajetória e entusiasmo pela primeira turma de formandos, com notáveis e inesquecíveis professores.
O seu discurso mereceu olhares de aprovação das quase 200 pessoas quando, especialmente, sublinhou “as minhas desculpas aos artistas que, embora com sacrifício, estão presentes nesta festa de reconhecimento artístico e gratidão de toda uma cidade, mas, deixaram de ganhar o calor humano de alguns poucos”.
Ao se desculpar pela ausência “de alguns poucos”, o presidente Ivo Dall’Acqua quis se referir aos pequenos de espírito, aos que não conseguem ver além de seu pequeno e valorizam aleivosias.