Arcebispo dá voz ao povo

Na missa em Ação de Graças para marcar o encerramento do ano legislativo, em Brasília, o celebrante do altar que aos olhos da fé transformou o vinho em sangue e o pão no corpo de Jesus, na homilia e olho no olho, diz aos nobres deputados e senadores que não é possível, nem factível a distância entre os R$ 800 deles e os R$ 12 dos minimamente assalariados por dia de vida. Mas, o arcebispo aplaudido ecumenicamente pelo país inteiro está com apenas metade da verdade. Não que tenha ficado com medo de falar na cara dos deputados federais e senadores, claro que não. Certamente não tinha a informação de o deputado (o senador esconde os números), a cada 30 dias ganha o salário, mais verbas rescisórias, mais verba para gabinete, mais eventualmente fatias do 13º, 14º e 15º perfazendo cerca de R$ 94 mil. Sem se esquecer da verba para correspondência, viagem área e outros gastos ressarcidos quando da apresentação do comprovante fiscal. E todos sabemos que tais comprovantes são de gastos efetivamente consumados, não é mesmo? E para honrar o mandato e trabalhar em nome dos elevados interesses do povo, certo? Depois de mais uma performance infeliz, vaiada e reverberada por brasileiros politizados, os deputados permanecem com salário de R$ 12.400. Mas, com os benefícios de verbas extras até que o assunto receba a discussão e votação dos novos 240 agentes políticos, eleitos democraticamente neste ano de 2006.

A bronca da coletividade brasileira, cansada de ser passada para trás pelos impolutos senhores, valeu e os donos de um brasil diferente, dadivoso e particular devem colocar a barba de molho. O povo (fonte de poder), está estressado, não agüenta pagar tanto imposto, está envergonhado por testemunhar atos horríveis e, em tese, ilícitos penais que embasam processo para inglês ver. Neste apagar de luzes, quase todos foram absolvidos num espírito de corpo dos mais nauseantes.

Com tudo isso, a indagação: até quando vamos patrocinar 513 cadeiras federais com políticos pinçados geograficamente desde os tempos da Arena? Partido do governo militar (Aliança Renovadora Nacional), que fez e desfez para supervalorizar o voto do norte-nordeste a fim de equilibrar a votação no Congresso Nacional diante de um MDB que ficava mais forte a cada pleito. Mesmo assim…Feliz Natal!

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