Araraquara: uma cidade sem luz

Pedro Baptistini (*)

Araraquara, outrora cidade do sol brilhante, marca passagem para o atraso e o ostracismo intelectual. Sucedâneo de si mesmo, o atual governo municipal contraria as expectativas geradas por propostas de campanha eleitoral, dando um tom monocórdio a uma administração que se arrasta e decepciona nos ganhos políticos.

A vinda do Presidente Lula pela segunda vez em Araraquara, marco memorável na sua história, deveria ter sido colocada não só como um fato carregado de imagens, mas principalmente, como uma oportunidade única para priorizar ações de largo espectro e de longo alcance social. O panorama foi outro. Em São Carlos, cidade colocada posteriormente na agenda, numa ação bem trabalhada do seu Prefeito Municipal, o Presidente Lula liberou cerca de R$ 5.000.000,00 (cinco milhões de reais), a fundo perdido, para as obras do Hospital Escola Municipal, além de anunciar a abertura do Curso de Medicina na Universidade Federal de São Carlos – UFSCAR, com vestibular previsto para o ano de 2.006. Já na sua estadia em Araraquara, dispensou sua atenção na inauguração de uma empresa de software e acertou a construção de 320 casas populares pelo Sistema PAR, a serem pagas pelos futuros arrendatários. Quão dispares foram os ganhos políticos de uma para outra cidade! Faltou sinergia mental ou foi segregação política?

Mais do que ninguém, o Prefeito Edinho Silva, graduado e pós-graduado na Universidade Pública (e Gratuita), sabe o que isso representa para o desenvolvimento científico, tecnológico e social de uma cidade. Por que não estimular o desenvolvimento do Ensino Universitário Público (e Gratuito)? Por que não promover gestões junto ao MEC – Ministério da Educação e Cultura para a implantação de um Campus da UFSCAR (em fase de expansão) ou mesmo de um CEFETE – Centro Federal de Educação Tecnológica ( não contemplado ainda no Estado de São Paulo)? Quais são as razões para a não materialização do Pólo de Alta Tecnologia? Por que não trabalhar para a criação da Faculdade de Saúde Pública junto ao SESA – Serviço Especial de Saúde de Araraquara (unidade descentralizada da USP)? Por que se eximir da articulação política e de apoio para a implantação da Faculdade de Medicina de Araraquara criada pela Lei Estadual 7.011 de 14/09/1.962? Onde estão a inteligência e o brilhantismo que sempre pautaram as ações do então Vereador e agora do Prefeito reeleito? Arranjos locais e regionais estariam subjugando as ações do Prefeito Municipal em prol de Araraquara? Estas e outras perguntas pulsam no coração e não querem calar na consciência do povo araraquarense!

Nesse momento decisivo, Araraquara precisa e quer uma administração que venha a se notabilizar pela inteligência, coragem e ousadia na busca de novos caminhos propiciados pelo avanço da ciência e liberdade do pensamento. Abdicar do conhecimento significa renunciar ao desenvolvimento, cercear o futuro e obstar a luz da sua existência.

(*) É Engenheiro, Vereador 93-96, Pós-Graduado “latu Sensu” em Gestão Pública e Gerência de Cidades, e Pós-Graduando “latu Sensu” em Gestão de Sistemas de Saneamento Ambiental.

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