Lívia Nunes (*)
Se você faz parte do site de relacionamentos Orkut, é só dar uma olhadinha. Já para acompanhar o pique dessa trupe é necessária muita, muita disposição. Estamos falando do Grupo de Teatro Experimental da Uniara, o Gute, que dribla as leis da física e pode ser visto ao mesmo tempo em vários lugares.
Brincadeira, claro. Mas quase verdade, como você pode conferir na comunidade G.U.T.E., abastecida quase diariamente com fotos e informações, dando as coordenadas sobre as últimas – e também as próximas – apresentações. Está tudo lá, desde as aulas até as encenações e performances.
Neste dia 26, o grupo realiza sua terceira participação no "Pocket Show Maldito", que rola no último sábado de cada mês, no Teatro Wallace Leal Valentim Rodrigues. Esses espetáculos, inspirados em apresentações como o "Terça Insana" que estourou na capital paulista , começam a partir da meia-noite. O preço da entrada é simbólico, entre R$ 2 e R$ 3, e as intervenções teatrais são alternadas com shows de música. É uma baladinha, com bar e tudo, regada a música e arte. Ah: vale lembrar que o Gute foi pioneiro ao se apresentar nesse espaço de vanguarda aqui na cidade, em outubro passado.
A última encenação que reuniu quase todo o grupo – são 30 integrantes – aconteceu no shopping de Jaboticabal, no dia 12, quando 25 atores se deslocaram para apresentar a peça "Preservar é Preciso". Ainda no shopping, eles puseram em prática a Poesia ao Pé do Ouvido. Essa interação ocorre assim: um ator aborda uma pessoa e pergunta se ela gostaria de ouvir uma poesia. Resposta afirmativa, lá vêm os versos e, na seqüência, o nome da obra e do autor. Luxo. "É uma "vivência intimista", explica Marcela Barbosa, aluna do curso de Pedagogia que, ao lado de Luciano Pacchione Jr., estudante de Publicidade e Propaganda, comanda as aulas de artes cênicas da Uniara.
Dias depois, lá estava o Gute espalhando alto-astral na I Feira de Profissões da Escola Estadual Jeremias de Paula Eduardo, que aconteceu nos dias 17 e 18 de abril na cidade de Monte Alto (SP). O pátio do colégio e todas as salas transformadas em estandes de instituições de ensino foram invadidos por malabaristas, pernas-de-pau, clowns, um mágico, um poeta e uma baiana louquíssima. Foram dois dias intensos de trabalhos performáticos, desenvolvidos entre mais de 4 mil estudantes do ensino médio, além de dezenas de professores, coordenadores e representantes de cursinhos e vestibulares de toda a região.
Assunto delicado
Há ainda um projeto de extrema delicadeza, que será desenvolvido na ONG Cress Girassol, que assiste crianças vítimas de abuso e violência. Lá, os atores vão abordar, a pedido dos coordenadores, a questão do não direito dos pequenos: o não direito de brincar, o não direito à educação, o não direito de viver… Triste e extremamente necessário. As encenações vão acontecer nos dias 12 e 13 de maio, dentro das ações que marcarão o Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes (18 de maio).
O Teatro Experimental da Uniara ainda prepara uma apresentação sobre a dengue, que se tornou epidemia em Araraquara e outras cidades brasileiras. É responsável também pelo quadro Isquetes três minutos de improvisação no final do Resenhas, programa da TV Uniara, um sucesso entre os alunos. Parece que o dia desses meninos tem 72 horas…
Os ensaios – abertos a todos os interessados – acontecem toda sexta e sábado, das 14h às 17h, no Centro de Artes de Araraquara, que fica na Avenida Feijó, n.º 122. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone (16) 3336-1234.
(*) Assessora de Imprensa da Uniara