ANTICORPOS APÓS VACINA

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Chegamos a 75 milhões de doses vacinais contra COVID-19 (SARS-CoV-2) no Brasil. As vacinas disponíveis no país mostraram taxas de eficácia geral entre 50 e 70%. Isso indica que, ao entrar em contato com o vírus, a probabilidade de se infectar e apresentar quadro clínico sintomático cai para menos de 50%, após a segunda dose da vacina. É um valor muito significativo ainda mais se considerarmos que, em relação ao desenvolvimento de quadros graves, a proteção das vacinas pode se aproximar a 100%.

Um dos principais efeitos da vacina para promover proteção ao vírus é a produção de anticorpos, pelo sistema imune com capacidade de neutralizar o vírus.

PROCESSO
Ao neutralizar o vírus impede que seja iniciada a infecção ou que ela evolua para quadros graves, conforme explica Carlos Aita, médico patologista clínico responsável pela assessoria médica do laboratório DB Diagnósticos. Um estudo da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) evidenciou que cerca de 85% dos pacientes que receberam a vacina CoronaVac produziram anticorpos neutralizantes.
Aita explica que, quando o paciente é vacinado, isso induz uma resposta imune direcionada aos antígenos vacinais. Dentre os vários mecanismos dessa resposta, a produção de anticorpos é um deles e, em geral, o mais estudado e comumente avaliado devido à facilidade na sua dosagem.

TIPOS DE ANTICORPOS
Diversos são formados nessa resposta, incluindo aqueles conhecidos como neutralizantes. O nome vem da capacidade de se ligar em estruturas, antígenos do vírus, impedindo a sua entrada nas células e infecção. Ou seja, “neutralizando” o vírus. A grande maioria das vacinas desenvolvidas para COVID-19 usa como antígeno indutor da resposta imune a proteína Spike (por exemplo AstraZeneca e Pfizer) ou o vírus inteiro inativado (CoronaVac). “Hoje já existe um teste de alta sensibilidade e especificidade para identificar se o paciente produziu anticorpos neutralizantes após a vacina. Chamado de teste de anticorpos neutralizantes totais, ele apresenta uma informação interessante para quem já teve a doença ou para quem tomou a vacina e quer saber se passou a produzir estes anticorpos com capacidade de neutralizar o vírus.

PARA REALIZAR TESTE
É necessário colher uma simples amostra de sangue. Após teste inicia-se a produção de anticorpos. Entretanto, nem sempre isso ocorre em todos os pacientes e ainda não se sabem exatamente os motivos. Além dos anticorpos neutralizantes existem outros mecanismos de proteção para os quais ainda não existem testes de avaliação, no momento. Por essa razão, mesmo que o indivíduo não tenha formado anticorpos, não significa necessariamente que ele esteja desprotegido. Agora, se os anticorpos foram formados, já é um bom indício de que houve uma resposta significativa do sistema imune e há grande probabilidade de não desenvolver quadros graves.
Ainda segundo Aita, apesar de já existirem exames sorológicos para a COVID-19 há algum tempo, como os testes para IgG, IgM e IgA, eles são capazes de detectar o desenvolvimento de anticorpos contra o vírus, mas não são específicos para os neutralizantes de SARS-CoV-2.
Na dúvida não se coloque em risco, evite ficar em situação de contágio.

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