Amor de amor

Eladir Albertini (*)

Amar…

Não se pode conjugar

O jugo é para prender

A canga é para amarrar

O amor é livre para voar

Usufruir do prazer de se entregar

Sem cobranças

Sem mudanças

O amor é sentimento

Não há como prender

Fica sufocado

Amargurado

Perde o brilho, a luz, o calor

Se transforma em dor

O que era doce e belo

Se torna amargo e velho

Doído…

Inteiramente corroído

Vem a indiferença

E como todos tem a crença

Que é terno o amor

Como a beleza da flor

É difícil entender que ela murchou

Em pó se transformou…

Amor se sente

É deleite

Como puro azeite

Dá sabor à vida

Cicatriza feridas

Mas para o amor viver

É preciso regá-lo

Alimentá-lo

O amor se nutre de amor não de jugo, nem de dor.

(*) É pedagoga e colaboradora do JA.

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