Assalto em posto de gasolina vira rotina, é difícil a semana (ou dia?) que não é elaborado boletim de ocorrência sobre uma subtração de determinada quantia onde se colocou invariavelmente a vida do frentista numa roleta. O ato ficou tão banal que, em alguns casos, o marginal chega a pé ou de bicicleta e sai numa boa, sem medo de ser feliz com o fruto de sua incursão induvidosamente arriscada.
O termo "marginal" é utilizado para mostrar que o agente ativo está à margem das normas legais. Claro que pode ser um trabalhador descompensado, fora de si que, sem emprego, ao testemunhar as necessidades de sua família, doença de filho ou outros problemas sérios e sufocantes, acredita enganosamente que esse seja o remédio para seus males. Como contraponto, não quer dizer que todo desempregado seja potencialmente criminoso. Mas, não temos espaço para explicações periféricas. Isso posto, o ponto principal deste editorial é defender a vida dos frentistas, os trabalhadores que da meia noite às 6 da manhã colocam a vida num fio de navalha para levar o suado dinheirinho para o seu lar. Esse frentista noturno, com certeza, pode ser absorvido pelas turmas do dia… vale dizer, não defendemos fechamento de vagas.
Então, diante dessa realidade onde os cidadãos-contribuintes vivem atrás de grades fortíssimas, sem considerar o direito de ir e vir, enfim, num horizonte nebuloso, contraditório e chocante sobressaindo-se a velha omissão de nossos representantes do Legislativo e Executivo (ao que parece, uma grande parcela só pensa em eleições e não luta para modificar essa realidade violenta e revoltante) somos levados a defender o fechamento de postos de gasolina, na madrugada, a fim de evitar outras ocorrências trágicas.
Ao colocar a necessidade de fechamento do posto, das 24 às 6 horas, numa ação preventiva, ficamos no aguardo de manifestações do setor.
