A Síndrome do Coração Partido atinge predominantemente as mulheres no período da menopausa, em cerca de 80% dos casos

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Foto: Freepik

Também conhecida por Síndrome de Takotsubo é uma doença com sintomas semelhantes aos do infarto, que pode ser desencadeada por pico de estresse e até matar em 10% dos casos. O tema é tão relevante que será debatido em Congresso da SOCESP, que começa na semana que vem

Afirmar que uma desilusão amorosa pode partir um coração não é apenas retórica de romance açucarado. A Síndrome do Coração Partido – ou Síndrome de Takotsubo – é uma cardiomiopatia identificada em pessoas submetidas a situações extremas, tanto do ponto de vista emocional como físico. “Já tive pacientes que sofreram com a síndrome por conta de desilusões amorosas”, lembra a diretora da SOCESP (Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo), a cardiologista Salete Aparecida da Ponte Nacif. A especialista conduzirá palestra sobre o tema durante o 42º Congresso de Cardiologia da SOCESP, que acontece nos dias 16, 17 e 18 de junho, no Transamérica Expo Center, em São Paulo.

Causada por um pico de estresse, que desencadeia descarga de adrenalina no organismo, alterando o funcionamento do coração, a Síndrome do Coração Partido pode provocar lesões cardíacas graves. “Mais raramente, há a possibilidade até mesmo de uma súbita alegria desencadear o quadro”, ressalta Salete. Estima-se que 10% dos pacientes com Takotsubo evoluem para óbito e os motivos são geralmente a falta de suporte médico para a fase aguda da insuficiência.

“A síndrome traz reações muito semelhantes ao infarto, com dor torácica na região precordial esquerda, falta de ar e sensação de fraqueza intensa”, explica a cardiologista. “Outro fato que contribui para a confusão de diagnóstico é que as alterações detectadas no eletrocardiograma e nas enzimas do coração são semelhantes às de um paciente infartado. Será necessário fazer cateterismo para afastar a presença de coronárias entupidas e ecocardiograma para observar se a região inferior do coração está dilatada, uma alteração típica da Takotsubo”.

Feita a análise, os efeitos são controlados com remédios, como bloqueadores alfa e beta-adrenérgicos, que visam diminuir os efeitos da sobrecarga de adrenalina no coração. Dados publicados nos Arquivos Brasileiros de Cardiologia apontam que de 1% a 3% daqueles que apresentam sintomas consistentes com síndrome coronária aguda são diagnosticados com a Síndrome do Coração Partido.

Salete lembra que o mecanismo de doença ainda não é totalmente esclarecido. “Mas, sem dúvida, deve haver um componente genético que aumenta o risco, predispondo à disfunção microvascular.” Além disso, trata-se de uma patologia predominantemente feminina: de 70 a 80% do total de acometidos são mulheres em menopausa. “Acima dos 50 anos, elas têm cinco vezes mais chance de sofrer com a síndrome em relação às mais jovens e dez vezes mais probabilidade do que os homens, o que sugere um fator hormonal associado”.

PREVENÇÃO

De acordo com a cardiologista, a prevenção segue os mesmos critérios recomendados para a população que quer evitar doenças cardiovasculares: alimentação saudável, atividade física e o controle da diabetes e da pressão arterial. “Tentar manter a mente sã, em equilíbrio, evitando, na medida do possível, situações extremas de ansiedade, depressão e estresse mental agudo estão entre as medidas profiláticas para que seu coração nunca quebre”.

SERVIÇO:

42º Congresso de Cardiologia da SOCESP
Data do evento: 16 a 18 de junho 2022
Local: Transamérica Expo Center, São Paulo/SP

(DOC Press – Vanessa – e-mail: [email protected])

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