A recuperação do álcool

Antonio Delfim Netto (*)

Estamos começando a recuperar o tempo desperdiçado durante tantos anos com o abandono do programa do álcool. O Presidente da República compareceu ao Agrishow, em Ribeirão Preto, que já se transformou na segunda ou terceira maior feira de negócios agrícolas do mundo, para transmitir a garantia de que seu governo vai apoiar firmemente a revitalização da economia sucro alcooleira. As empresas privadas têm feito um enorme esforço para recuperar o setor, mas o suporte do governo é fundamental, principalmente para alavancar pesquisas de novas tecnologias para o desenvolvimento da química do álcool. O Brasil criou toda uma tecnologia especial para utilizar a energia do sol. O álcool é uma fonte renovável de combustível para veículos e oferece a melhor alternativa aos derivados do petróleo.

Um pouco dessa evolução tecnológica o Presidente pode acompanhar durante a inauguração da usina Santa Elisa, que produz o álcool utilizando o bagaço de cana como combustível, fechando o ciclo de produção de energia. O álcool é o único combustível líquido renovável produzido em escala econômica para utilização nos veículos automotivos e que reduz os níveis de poluição. O Brasil domina a tecnologia de produção do combustível e tem uma posição de liderança nas pesquisas da química do álcool, com uma enorme gama de subprodutos a serem desenvolvidos.

O renascimento do programa do álcool vai ter conseqüências importantes para o futuro do agribusiness brasileiro. Ele não evoluiu como poderia nos últimos dez anos por incompreensão dos governos, pela incapacidade dos governantes de apoiar inovações e de dividir um pouco o risco com o setor privado.

Além do apoio que levou aos agricultores em Ribeirão Preto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva chamou a atenção para a necessidade dos brasileiros voltarem a acreditar que o desenvolvimento é possível. Nós passamos os últimos anos – disse o Presidente – lamentando a falta de crescimento e muitas vezes atribuindo a terceiros, ao FMI ou aos países estrangeiros, a falta de dinamismo de nossa economia. Temos que deixar de lado essas desculpas e tratar de resolver os problemas por nossos próprios meios e mostrar que o desenvolvimento depende do nosso trabalho e de mais ninguém.

A disposição para o trabalho e a determinação de realizar políticas em favor do crescimento econômico foi o que nos faltou efetivamente nos últimos dez anos.

(*)E-mail: dep.delfimnetto@camara.gov.br

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