A mulher-jornalista de extrema responsabilidade

Assunção Cristóvão é jornalista, formada pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas. Trabalhou em vários veículos de comunicação de Araraquara e foi durante quatro anos correspondente da Folha de S. Paulo. Trabalhou também no jornal O Estado de S. Paulo e durante dois anos foi assessora de imprensa da Universidade Federal de São Carlos. Na Uniara está há quatro anos como assessora de imprensa, responsável pelo site da instituição e há um ano como professora no curso de Jornalismo. É especialista em Lingüística de Texto e de Ensino pela Unesp de Araraquara onde está em fase final do curso de mestrado em Lingüística. É salutar acompanhar a sua maneira de pensar e agir.

JA- Como é seu trabalho na Uniara?

A.C.- Bem, na Assessoria de Imprensa sou responsável por todo o conteúdo informativo que sai da Uniara para a imprensa de Araraquara e região. O site da Uniara também tem um caráter informativo e de prestação de serviços não só ao aluno, mas ao futuro aluno e à população em geral. Agora a Uniara está iniciando um processo muito interessante de ensino a distância do qual também faço parte.

Qual disciplina você ministra no Curso de Jornalismo?

Eu ministro a disciplina Redação em Jornalismo II, que é eminentemente prática. Nessa disciplina e na de Planejamento e Produção Gráfica, os alunos fazem um jornal-laboratório, o Vitral, de periodicidade mensal e voltado para o público universitário. Eles fazem todas as matérias, desde a escolha da pauta até a redação, e inclusive cuidam da editoração eletrônica do jornal.

Fale sobre esse Jornal Vitral.

O jornal tem o objetivo de tratar de assuntos de interesse do público universitário, utilizando linguagem jornalística, mas de interesse do jovem nessa faixa etária. O jornal abrange várias editorias, como comportamento, política, economia, geral, saúde e educação. Nessas áreas, eles falam de tudo, desde matérias mais leves, de comportamento, até assuntos que afligem a sociedade, como violência, agressões ao meio ambiente e outros.

Os alunos sentem facilidade na elaboração do texto?

Não, escrever ainda é um processo penoso para o aluno, inclusive para o de Jornalismo. A disciplina visa principalmente a tornar a produção textual, com respeito às técnicas do Jornalismo, um processo mais rotineiro na vida do estudante, que terá que trabalhar com o texto na sua vida profissional. Infelizmente, a criança e o jovem brasileiros não têm o hábito da leitura, e a leitura é um pré-requisito para que se escreva bem.

Qual a estratégia usada para incentivar o aluno à leitura?

Eu acredito que praticamente todo mundo gosta de ler, mas não sabe. O estudante do jornalismo mais ainda. O que acontece é que às vezes, por falta de hábito, ele não tem paciência de dar algum tempo para ser conquistado pelo livro. Outro problema é quando o aluno é obrigado a ler coisas que não são, absolutamente, do seu interesse. Um livro apropriado à sua idade e que fale de coisas do seu universo são as melhores táticas para conquistar o jovem para a leitura.

Quais as maiores dificuldades enfrentada na disciplina?

Talvez seja justamente esta: a de promover um ambiente profissional entre jovens que ainda têm pouca intimidade com o texto em geral e com o texto jornalístico em particular.

Qual é o retorno que o jovem dá ao professor?

O retorno é imenso. Ver um jovem superar uma dificuldade que no início parecia insuperável é uma experiência maravilhosa. E isso acontece todos os dias, porque o jovem tem um grande potencial nesse sentido.

O que você faria para melhorar a imagem do professor?

Eu tenho uma atuação individual séria, de respeito ao aluno, aos seus direitos de ter uma boa formação. Acho que a imagem do professor começou a piorar com os baixos salários pagos pelo Governo aos profissionais que trabalham em escola pública em todos os níveis. Os professores, precisando sobreviver, não encontram estrutura para se aperfeiçoarem. A valorização do professor passa, necessariamente, por uma política em nível nacional que valorize a educação e a encare não apenas como um direito de todos, mas também como uma estratégia de desenvolvimento.

Você tem prazer em trabalhar na comunicação?

Com certeza. É uma área muito dinâmica, com pouca rotina e que abre universos novos e novos conhecimentos todos os dias.

O que representa o trabalho para você?

Meu trabalho é parte importante da minha vida. O trabalho representa a nossa identidade como cidadãos e onde exercitamos aspectos como criatividade, interação com os colegas, onde podemos exercitar nossas habilidades.

Como conciliar trabalho e família?

Com dificuldade, como a maioria das mulheres. Um dos dois lados sempre perde em algum momento.

Como vê a mulher moderna?

A mulher moderna vivencia as contradições e os prazeres que a luta de todas as mulheres pela igualdade de direitos provocou. Temos hoje muito mais autonomia e segurança, mas menos tempo para nós e para a nossa família. De qualquer forma, o saldo é positivo.

Mensagem…

Já que estamos nos preparando para as festas de final de ano, vou deixar uma mensagem do poeta Carlos Drummond de Andrade, extraída do poema Receita de Ano Novo:

“Para ganhar um Ano Novo

que mereça este nome,

você, meu caro, tem de merecê-lo,

tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil,

mas tente, experimente, consciente.

É dentro de você que o Ano Novo

cochila e espera desde sempre”.

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