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A morte

Sarah Coelho Silva (*)

“Quando existimos, a morte não está presente, e, quando a morte está presente, nós não existimos. A morte é nada para nós” (Epicúrio)

Esta e outras frases foram inspiradas em situações verdadeiras. Escritores ou cidadãos comuns também expressam seus sentimentos de uma maneira muito sábia e correta.

Hoje relato a minha história sobre a morte, porque a encaro naturalmente, sem medo.

Quando criança, morávamos em frente à única igreja da pequena cidade de Pereira Barreto. O imenso jardim da igreja era o nosso espaço sagrado para as brincadeiras de pega-pega, esconde-esconde, amarelinha…

Naquela época, nos anos 60, o velório era na casa da família. E passar na igreja para receber do padre a sua benção final era um ritual que hoje foi abolido.

Nós que brincávamos, ao chegar na igreja um defunto logo acompanhávamos a bênção do padre.

Eu ficava bem pertinho do caixão, não perdia uma só palavra, ficava sabendo quem e como morreu. Criança quer saber os detalhes. Assim, fui convivendo com a realidade entendendo que a morte e o ritual para o sepultamento fazem parte da vida.

Embora tanta curiosidade, perguntas e a grande valentia durante o dia, quando chegava a noite, os pensamentos ruíns tomavam conta do meu ser. Ia direto para a cama dos meus pais.

A sensação de medo da morte não sinto, talvez por tê-la vivido quando criança percebendo que era simplesmente natural. Mas dói, claro.

“Os médicos mais notáveis são os que sabem incluir fé e esperança na receita de seus clientes”.

(*) É escritora e colaboradora do JA.

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